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Investimento em influenciadores: empresas brasileiras querem fazer IPO de humanos

Investidores poderão receber dividendos a partir de receita gerada por influenciadores digitais e celebridades

 (Reprodução/Reprodução)

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Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 31 de julho de 2023 às 16h14.

Uma joint venture das startups Legacy Inc. e Genezys quer inovar ao fazer uma oferta pública inicial (IPO) de investimento em humanos. Para isso, as empresas brasileiras usarão a tecnologia blockchain e a tokenização.

“Não se trata apenas da facilidade e desburocratização que esse processo vai permitir, mas também da acessibilidade a personalidades que, atualmente, funcionam como qualquer outra empresa grande do mercado, mas são impossibilitadas de utilizar essa estratégia de negócio. Além disso, servirá para empresas que já estão no mercado há algum tempo, mas não conseguem atender às exigências das bolsas de valores atuais. Dessa forma, queremos aproveitar todas as possibilidades que isso vai trazer e crescer junto com o projeto, que tem tudo para ser um marco”, disse Phillippe Rubini, sócio e CIO no Grupo Fictor, que investe na Legacy Inc.

O IPO de humanos tem como foco influenciadores digitais, artistas, atletas e celebridades, que podem anunciar uma oferta pública de si mesmos no mercado para expandir seus projetos e pagar dividendos aos investidores.

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Segundo um comunicado, os tokens de humanos podem se dividir em duas categorias: dividendos e crescimento.

Dividendos

No caso de um IPO Humano com foco em dividendos, tipicamente aplicado a celebridades e artistas, as receitas geradas pelos contratos incluídos na oferta são consideradas. Esses contratos podem englobar acordos de patrocínio, direitos de imagem, atividades nas redes sociais, remuneração, prêmios e dividendos de participação em empresas.

A base para o cálculo dessa oferta é o modelo tradicional de Fluxo de Caixa Descontado, que estima o valor presente das receitas futuras da personalidade ao longo do tempo.

O projeto também alega conduzir um estudo de imagem da personalidade tokenizada em parceria com o Kantar IBOPE Media para “aprimorar as premissas financeiras do cálculo e obter uma melhor compreensão das possibilidades de crescimento”.

“O objetivo é possibilitar que a celebridade obtenha recursos para expandir ainda mais sua carreira, ao mesmo tempo em que proporciona benefícios aos investidores”, acrescenta o comunicado. Os dividendos poderão ser pagos aos investidores de forma trimestral, semestral ou anual.

Já as ofertas com foco em crescimento têm como propósito financiar os ativos do executivo, adquirindo parte de seus negócios para que, com mais capital, ele possa expandir ainda mais suas iniciativas e realizar novos investimentos para aumentar o valor de mercado.

Parecer da CVM nº 88

O investimento segue os moldes dos contratos de recebíveis, que foram autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM) este ano no parecer CVM nº 88. Dessa forma, caso as regras sejam seguidas, o tipo de investimento se torna mais seguro, mas não necessariamente oferece uma garantia de repasse, a depender do sucesso da operação, no caso, o contrato da personalidade tokenizada.

Segundo o comunicado da joint venture, a oferta “seguirá rigorosamente os padrões de qualidade e segurança estabelecidos pela CVM, assim como as garantias tradicionais do sistema de IPO da bolsa para empresas” e o fluxo de capital será rastreado e auditado.

“Procuramos o caminho para fazer acontecer de maneira legal e que trouxesse acessibilidade a todos, tanto na hora de investir, quanto na hora de buscar outras pessoas que acreditam no seu negócio ou até mesmo no seu projeto de vida”, disse Phillippe Rubini.

Além disso, a joint venture irá utilizar a tecnologia blockchain para garantir a transparência e imutabilidade dos registros. Fora do Brasil, outras empresas já trabalham com o "IPO de humanos", com destaque para a Human IPO, que chegou a oferecer o investimento em Pelé.

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