Repórter do Future of Money
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 11h30.
Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 11h49.
Em 2013, James Howells, que então tinha 26 anos de idade, acabou jogando fora, por engano, um equipamento que conteria, anos depois, uma fortuna bilionária. Agora, Howells abriu um processo contra a cidade onde vive para tentar ter acesso ao lixão onde o equipamento parou e, com isso, recuperar R$ 3,6 bilhões em bitcoin.
O caso começou em 2009. Na época, Howells, que trabalha na área de tecnologia da informação, foi um dos primeiros usuários interessados em minerar unidades de bitcoin. Ele iniciou sua operação e, em alguns anos, conseguiu acumular cerca de 8 mil unidades do ativo.
Howells decidiu deixar as unidades paradas, armazenadas em uma "carteira fria", ou cold wallet, um equipamento físico que dá acesso aos ativos. Anos depois, em 2013, ele estava fazendo uma limpeza em sua casa e se deparou com dois equipamentos de armazenamento idênticos.
Mas havia uma diferença: um deles continha os bitcoins, e o outro, não. Howells separou um deles para jogar fora e planejava verificar os equipamentos antes de levar o sem as criptomoedas para um centro de reciclagem, mas sua então companheira acabou se antecipando e levou o lixo na manhã do dia seguinte.
Quando Howells soube disso e foi verificar se ele havia separado o equipamento correto, já era tarde demais. As criptomoedas tinham ido para o lixo. Desde então, o desenvolvedor entrou em uma batalha com a cidade de Newport, no Reino Unido, para ter acesso ao lixão e procurar pelo equipamento, que ele acredita estar enterrado.
Na época, os bitcoins valiam menos de R$ 6 milhões, mas dispararam de valor de lá para cá. E, após diversas negativas da cidade, Howells decidiu entrar com um processo contra a prefeitura, pedindo o pagamento de uma compensação em valor correspondente aos R$ 3,6 bilhões que os ativos tiveram no último recorde de preço da criptomoeda.
Ao site Wales Online, Howells disse que o processo é apenas uma forma de pressionar a prefeitura a conceder o acesso ao lixão. Ele ainda pretende doar 10% do valor das criptomoedas para a cidade caso consiga encontrá-las. Ao mesmo tempo, ele precisará 60% do valor para um grupo que passou a apoiá-lo financeiramente em troca dos ativos depois que ele se demitiu do emprego.
Até o momento, a cidade negou os pedidos de Howells citando "riscos ambientais" que a operação de busca do equipamento poderia gerar. Entretanto, Howells também prometeu que tomará os cuidados necessários. Agora, ele pretende levar a questão para a Justiça e, quem sabe, ir do lixo ao luxo com seus bitcoins perdidos.