Repórter do Future of Money
Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 15h34.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira, 18, a imposição de sanções contra uma operação de lavagem de dinheiro com criptomoedas que, segundo as autoridades norte-americanas, era ligada à Coreia do Norte. As sanções têm como foco dois chineses que participam do esquema.
De acordo com o governo dos EUA, Lu Huaying e Zhang Jian seriam dois dos principais nomes por trás de uma rede de lavagem de dinheiro liderada por Sim Hyon Sop, um representante do setor bancário da Coreia do Norte que já foi alvo de sanções norte-americanas.
Li e Zhang operavam por meio de uma companhia de fachada sediada nos Emirados Árabes Unidos chamada Green Alpine Trading, que também foi sancionada. Segundo os Estados Unidos, as criptomoedas eram usadas para burlar sanções e levar recursos para o governo norte-coreano.
Em um comunicado, as autoridades disseram que "a Coreia do Norte continua usando agentes e representantes para ter acesso ao sistema financeiro internacional e conduzir atividades financeiras ilícitas, incluindo trabalhos ilegais em tecnologia, roubos de ativos virtuais e lavagem de dinheiro".
As criptomoedas obtidas por meio dos roubos eram lavadas pela rede e então enviadas para o governo norte-coreano, que segundo os Estados Unidos usava o valor para financiar programas militares, incluindo a construção de mísseis balísticos.
Além da rede de lavagem de dinheiro, a Coreia do Norte também é acusada pelos Estados Unidos de estar por trás do Lazarus Group, um dos maiores grupos de hackers do mercado de criptomoedas e que já roubou mais de US$ 1 bilhão em criptomoedas.
Uma investigação dos Estados Unidos apontou que, em geral, esses hackers fingem trabalhar como recrutadores de grandes empresas de tecnologia ou como executivos de empresas de investimento em criptomoedas, enganando as vítimas e resultando nos roubos de ativos digitais.
Um levantamento do Conselho de Segurança da ONU realizada neste ano apontou que cerca de 50% de todo o fluxo de entrada de moedas estrangeiras na Coreia do Norte veio de grupos de hackers apoiados pelo país e que se especializaram no roubo de criptomoedas.