Future of Money

Gigante de derivativos de cripto, Bitget vê Brasil como mercado "mais promissor"

Em entrevista exclusiva à EXAME, diretor de operações da corretora na América Latina detalhou os planos da exchange para o mercado brasileiro

Bitget é uma das principais corretoras de derivativos de criptomoedas (Reprodução/Reprodução)

Bitget é uma das principais corretoras de derivativos de criptomoedas (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 4 de setembro de 2023 às 09h00.

O Brasil tem se tornado um dos mercados mais atraentes para empresas de criptomoedas ao redor do mundo, e recentemente uma exchange que tem se esforçado para conquistar uma fatia cada vez maior no segmento é a Bitget. Atualmente, a corretora é a 11ª maior do mundo, segundo dados do CoinGecko, e é conhecida por ser uma das principais na área de derivativos.

Em entrevista exclusiva à EXAME, Thomson Ma, diretor de operações na América Latina da Bitget,  destaca que "estamos experimentando um crescimento substancial em nossos números na América Latina" em 2023. E o Brasil despontou como "um dos mercados mais proeminentes para a Bitget". Mas a exchange ainda não se contenta com os números, e quer crescer mais.

Com uma meta ousada, Ma explica que "nosso plano é dobrar esses números para o Brasil e a América Latina nos próximos 12 meses". Para isso, o executivo revelou diversas iniciativas que a Bitget vem empregando e planeja colocar em prática, acirrando ainda mais a competição no mercado brasileiro.

Crescimento em 2023

De acordo com o executivo, a Bitget teve um crescimento global de 204% no número de usuários ativos e de 251% no volume de negociações comparando o primeiro semestre de 2023 e o primeiro semestre de 2022. E o Brasil foi um dos destaques por trás desses números: a empresa teve alta de 160% em usuários ativos e de 180% no volume de negócios.

Na visão de Thomson Ma, "a região latino-americana vem ganhando sucessivo destaque em nossos negócios, e o Brasil é estratégico para nós, um dos nossos mercados que mais crescem no mundo. O primeiro semestre de 2023 foi muito forte, principalmente se considerarmos os efeitos que a falência da FTX trouxe para o nosso setor. O número de usuários ativos saltou 110% e o volume de comércio aumentou 60% no país em relação a dezembro de 2022".

Ma explica que, atualmente, a Bitget vê o Brasil como o "maior e mais promissor mercado" da empresa na América Latina, detendo também uma "parcela significativa dos negócios globais da empresa". E parte dessa expansão envolve uma adequação legal: "A Bitget adota uma abordagem proativa em relação à conformidade regulatória à medida que expande suas operações globalmente. É claro que isso também inclui o Brasil".

"A organização entende que adotar a regulamentação é essencial para construir a confiança dos clientes e das autoridades. A Bitget tem explorado os requisitos de licenciamento e processos de aplicação em todos os mercados-alvo para garantir que obtenha as autorizações adequadas para operar legalmente", detalhou o executivo.

O executivo explica que, desde que a Bitget chegou ao Brasil, em 2022, a empresa tem buscado implementar "estratégias para aumentar nossa base de clientes no país e também na região". No mesmo ano, por exemplo, foi lançada uma parceria com o famoso jogador de futebol argentino Lionel Messi, uma forma de "aumentar o conhecimento da plataforma da Bitget e ajuda a apresentar cripto a um público mais amplo".

Especificamente no mercado brasileiro, em 2022 a corretora de criptomoedas também passou a aceitar depósitos em reais via Pix, o que Ma acredita que tem sido importante para aumentar o volume de operações negociadas no mercado à vista. Outro esforço tem sido o de fomentar iniciativas educacionais sobre cripto para o público, com eventos e produção de conteúdo.

Para os próximos meses, o executivo destaca que a Bitget pretende continuar a investir em "pessoas, tecnologia e produtos para continuar crescendo no Brasil e na América Latina". Ao mesmo tempo, Thomson Ma também reconhece que o mercado cripto "tem enfrentado desafios significativos", voltados principalmente para segurança e regulamentação.

"No que diz respeito à segurança, a volatilidade dos preços, a falta de regulamentação uniforme e a sofisticação das ameaças cibernéticas podem minar a confiança dos investidores", afirma. O executivo pontua que a Bitget expandiu recentemente as suas reservas como forma de "fornecer melhor proteção e maior garantia aos usuários de criptomoedas, especialmente em situações extremas e inesperadas".

Ao mesmo tempo, o diretor reconhece a "importância da regulamentação para garantir a integridade e estabilidade do mercado de criptomoedas". Para ele, "a colaboração entre governos, reguladores e intervenientes da indústria é fundamental para estabelecer um ambiente seguro e transparente".

"A regulamentação pode ajudar a prevenir atividades ilícitas, proteger os investidores e promover a adoção generalizada de criptomoedas. Estamos empenhados em trabalhar com os reguladores para desenvolver um quadro jurídico sólido que beneficie todas as partes envolvidas", destaca.

yt thumbnail

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:CriptomoedasCriptoativosDerivativosAmérica Latina

Mais de Future of Money

Regulação do BC pode ‘empurrar’ stablecoins para fora do Brasil, diz especialista

Investidor lucra mais de R$ 500 milhões com criptomoeda de Donald Trump

Bitcoin está em "condição letárgica", com menor volatilidade desde eleições nos EUA

CVM aprova lançamento do 1º ETF de XRP do Brasil, que sai à frente dos EUA