Investidores têm ficado preocupados com queda recente nos preços das principais criptomoedas (Chesnot/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 25 de janeiro de 2022 às 15h34.
Última atualização em 25 de janeiro de 2022 às 15h38.
Depois de uma das maiores quedas de preço do do bitcoin e do mercado cripto nos últimos anos, a gestora brasileira Hashdex, responsável por alguns ETFs e fundos de investimento em criptoativos, divulgou comunicado nesta terça-feira, 25, explicando as razões para o movimento de baixa e demonstrando otimismo com setor, numa tentativa de tranquilizar os investidores.
"Em sua breve história, os criptoativos demonstraram retornos bastante consistentes para horizontes de tempo mais alongados, de alguns anos. É para quem mira nesses prazos que recomendamos o investimento", diz o texto da gestora. "Não há nada no cenário atual que o diferencie substancialmente das crises passadas e, provavelmente, das próximas que irão ocorrer. Seguimos extremamente confiantes de que as tecnologias de blockchain trarão enormes ganhos de produtividade global e que os criptoativos são uma oportunidade única de investimento".
Em seu documento, a Hashdex também tenta explicar as razões por trás da queda recente no mercado cripto. Para a empresa, os motivos são tanto diretamente ligado ao setor de criptoativos, quanto externos, ligados à políticas econômicas e contextos globais.
A empresa cita, por exemplo, o cenário macroeconômico que inclui preocupações sobre alta da inflação e o consequente aumento nas taxas de juros como forma de evitá-la - o que tem sido feito nos EUA e no Brasil, entre outros países - e que torna mais atrativo o investimento em ativos mais seguros, como títulos públicos. A Hashdex pontua, ainda, que juros altos reduzem a expectativa de crescimento econômico e lucros das empresas, citando como exemplo a queda do índice Nasdaq, que perdeu 15% nos últimos dois meses.
"O período tem sido desfavorável para ativos de risco e, desde o início da pandemia de Covid-19, os criptoativos passaram a apresentar uma correlação maior com os mercados tradicionais. Um dos possíveis motivos é a entrada de mais investidores institucionais", diz o texto.
Já sobre fatores diretamente relacionados às criptomoedas que podem ter contribuído para a queda nos preços, a Hashdex cita o risco de proibição do setor na Rússia: "Entre os fatores mais idiossincráticos do mercado de criptoativos, o mais relevante foi a divulgação, na semana passada, de um relatório do Banco Central da Rússia defendendo o banimento da transação e mineração de criptoativos no país".
A gestora também mostra que grandes quedas fazem parte da história das criptomoedas, em especial do bitcoin, que é a mais importante delas e cujas variações de preço afetam o mercado inteiro. "Movimentos semelhantes e até mais acentuados foram registrados em todos os principais criptoativos. A alta volatilidade sempre foi uma característica marcante dos criptoativos".
"A despeito dos significativos drawdowns, nesse período [desde janeiro de 2020], o bitcoin teve valorização de cerca de 370%. Já o ether multiplicou seu valor por quase vinte. Isso significa que os investidores que agiram com disciplina e serenidade nos momentos de maior estresse do mercado foram fartamente recompensados", completa a empresa.
Entre os produtos geridos pela Hashdex estão quatro dos seis ETFs de criptoativos listados na bolsa de valores brasileira, entre eles o HASH11, que se tornou o maior ETF do país em número de cotistas recentemente, mas que acumula desvalorização de 32% no último mês e 47% desde novembro, quando o bitcoin atingiu o maior preço da sua história, de 69 mil dólares. No momento, a criptomoeda é negociada a 37.400 dólares.
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