David Vélez é um dos fundadores do Nubank (Brendan McDermid/Reuters)
Redação Exame
Publicado em 10 de outubro de 2023 às 11h43.
Última atualização em 10 de outubro de 2023 às 11h52.
David Vélez, um dos fundadores do Nubank, elogiou o bitcoin e outras criptomoedas em uma entrevista para a Fortune que foi divulgada na última segunda-feira, 9. Para o idealizar do banco digital, atualmente um dos maiores do Brasil, diferentes criptoativos possuem potencial para se consolidarem como produtos de investimento, mas o bitcoin segue tendo o maior diferencial.
Questionado sobre o tema, Vélez explicou que o Nubank adota "uma abordagem muito diferente" em relação às criptomoedas. Ao mesmo tempo, ele reconheceu que o banco entrou "um pouco atrasado nesse jogo". "Estamos muito focados em tentar diferenciar o que é apenas pura especulação no mundo cripto do que é real na tecnologia", comentou.
"Acho que há risco em ambos os lados, pensando que tudo faz sentido ou pensando que nada faz sentido em cripto – você tende a ver esses os dois extremos. Portanto, temos uma abordagem diferenciada e achamos que existem alguns diferenciais tecnológicos reais em torno do blockchain", defendeu o executivo.
Ele afirmou ainda que, para o Nubak, o bitcoin é "diferente de todo o resto". Vélez também citou o lançamento recente feito pelo banco de um token próprio, a Nucoin, que segundo ele "já é usada ativamente por mais de oito milhões dos nossos clientes. Estamos usando-o agora com um meio interessante de fidelidade para a nossa plataforma".
Para o fundador do Nubank, a entrada "atrasada" no mundo cripto ocorreu devido ao lançamento de opções de investimento em criptomoedas para os clientes do banco durante um "inverno cripto" - um período de baixa no mercado. "Não necessariamente aderimos ao movimento quando todos estavam aderindo, oferecendo milhares e milhares de tokens diferentes e milhares e milhares de coisas diferentes, onde talvez 98% delas não eram ativos de investimento reais", ponderou.
Mesmo assim, Vélez disse que o Nubank está otimista "quanto ao futuro de certas criptomoedas como produtos de investimento". Ele comentou ainda que o banco acredita no bitcoin "como um ativo no qual os consumidores podem investir. Por isso oferecemos uma plataforma de investimento em cripto".
O executivo avaliou ainda que o investimento em bitcoin ou stablecoins pareadas ao dólar também pode ter mais potencial em mercados como a América Latina, "onde você vê uma inflação significativa, onde você vê muita desvalorização [cambial]". Nesses locais, ele acredita que algumas criptomoedas podem servir como uma forma de investimento e "proteção das suas economias".
Vélez destacou ainda que o banco digital acredita no potencial do blockchain como uma "nova tecnologia que pode provocar disrupções em vários setores verticais da economia". Como exemplo, ele citou a participação do Nubank nos testes com o piloto do Drex, a versão digital do real integrada a uma rede blockchain.
"Achamos que isso [o Drex] pode realmente permitir uma série de casos de uso interessantes, como, por exemplo, a garantia de empréstimos de cartão de crédito, a garantia de vários de nossos produtos financeiros", comentou. Na visão dele, diversos processos do mercado atualmente ainda são "muito antiquados", como o de compra e venda de imóveis e carros, mas a tecnologia blockchain poderá ajudar a "reimaginar muitos desses setores".
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok