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Felippe Percigo: 5 tendências escondidas da nova fase da internet

Em 2023, a 3ª geração da internet vai protagonizar um salto em inovação e adoção. Algumas tendências já são bastante conhecidas, porém as mais interessantes não estão na boca da galera. Descubra

Web3 é a nova fase da internet (Getty Images/Reprodução)

Web3 é a nova fase da internet (Getty Images/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2023 às 10h14.

Por Felippe Percigo*

Veremos este ano um boom da Web3. A nova geração da web deixará de ser só papo de nicho para entrar de verdade no dia a dia das pessoas. Para isso, as empresas estão aprimorando a infraestrutura da rede e descomplicando as ferramentas para torná-las mais acessíveis a todos.

O mercado de Web3 soma atualmente US$ 27,5 bilhões. A projeção é superar os 81 bilhões em 2030. Segundo a casa de análise Emergen Research, o aumento se dará a uma taxa de crescimento anual composta de mais de 40%.

Algumas tendências já vêm sendo exaustivamente faladas, como o crescimento do mercado de jogos e de colecionáveis em blockchain. No entanto, existem aquelas mais escondidas e que devem ganhar os holofotes agora em 2023. Na coluna de hoje, trago cinco delas.

1. SocialFi

Na internet vigente, identificamos uns aos outros via apelidos e nomes de usuário. Na Web3, usamos endereços próprios de carteiras de criptomoedas para nos identificarmos.

O problema é que os endereços atuais de carteiras são sequências longas de letras e números, difíceis de assimilar, o que acaba dificultando a socialização na rede. No caso da Ethereum, por exemplo, as combinações têm 42 dígitos, começando sempre com 0x.

É aqui que entra o SocialFi, união entre rede social e DeFi, que consiste em uma série de aplicativos que atacam essa questão, e facilitam a conexão e a interação na Web3.

Alguns deles, como o ENS, permitem que os usuários personalizem seus endereços 0x em algo mais legível por humanos, como um nome de usuário. Assim, a tarefa de identificar pessoas e empresas através de suas carteiras fica bem mais fácil.

Um outro exemplo de aplicativo SocialFi é o DeBank, uma carteira cripto com a qual os usuários podem rastrear seu portfólio completo através de várias redes. A ferramenta tem funções como envio de mensagens aos proprietários de wallets e possibilita seguir carteiras específicas, enviando notificações sobre suas atividades.

Comunidades e feeds sociais como temos hoje no Instagram e no Twitter também são possíveis através de plataformas Web3. Os internautas da nova geração podem se engajar em grupos de interesse e acompanhar as atividades de carteiras específicas ou de seus projetos favoritos.

Só para se ter uma ideia do que vem por aí, o número de carteiras únicas ativas a interagir com aplicativos sociais descentralizados cresceu mais de 1250% em 2022.

Dentro dessa tendência social, também surge um mercado totalmente novo: o de compra e venda de nomes de usuário com criptomoedas, como recentemente anunciou o Telegram através de sua plataforma baseada em blockchain Fragment.

Nomes de usuários sempre foram algo sem valor na internet, mas na Web3 é possível monetizá-los e lucrar com isso. Hoje, as negociações estão quase que restritas a usernames, mas no futuro quem sabe poderemos comprar e vender até mesmo números de placas de veículos ou a identificação de um personagem de jogo.

2. NFTs mais líquidos

Soluções para resolver o problema de liquidez dos NFTs estarão em alta em 2023. Vamos combinar que ver os preços de seus tokens não fungíveis caírem e não poder fazer nada é perturbador…

Existem protocolos da Web3, como o Sudoswap, que ajudam na tarefa ao criar pools de liquidez de NFTs. Na plataforma, os NFTs podem ser comprados e vendidos instantaneamente.

Ao melhorar o fluxo de troca de NFTs, as pessoas ficarão cada vez mais confortáveis em investir nesse tipo de token. E, com o crescimento da adoção, teremos um mercado menos volátil e uma previsibilidade maior dos preços.

(Mynt/Divulgação)

3. Seguro DeFi

Casos como as falências de FTX, Celsius e Terra (LUNA) deixaram o mercado em alerta. Com tantos prejuízos sofridos, os investidores estão recorrendo ao seguro para diminuir os riscos e proteger os seus ativos.

Hoje, as plataformas DeFi que oferecem o serviço cobrem basicamente questões como a insolvência de exchanges centralizadas, hackings e perda de pareamento de stablecoins.

Mas o setor de seguro em cripto ainda está em sua infância. Acredito que o mercado vá se desenvolver com certa velocidade, principalmente após os episódios que vimos em 2022. Mas esses ativos ainda não têm liquidez e a disponibilidade de produtos é pequena.

4. A popularização do Move-To-Earn

Ter uma rotina fitness é o sonho de 100 entre 100 pessoas. Com a tendência move-to-earn, a Web3 traz uma maneira inovadora de se exercitar. Dá para ficar em forma e ainda ser recompensado financeiramente por isso.

A modalidade tem conquistado muitos adeptos e em 2023 tem tudo para explodir. O STEPN foi o primeiro da categoria, mas o uso do aplicativo requer o desembolso de uma boa grana para comprar os NFTs de entrada.

Na contramão, recentemente, o atleta olímpico Usain Bolt fez uma parceria com o Step App para fornecer uma experiência com entrada gratuita. Os usuários podem praticar exercícios físicos, como caminhar e correr, e ganhar tokens por isso.

Também já existem versões baseadas em atividades como dança e bike, por exemplo.

5. Plataformas DEXs avançam

Além de terem interfaces mais complicadas para o usuário comum, as plataformas das exchanges descentralizadas, ou DEXs, possuem algumas limitações em suas funcionalidades.

Neste aspecto, as corretoras centralizadas estão bem à frente e oferecem ferramentas completas para simplificar e agilizar as negociações.

Muitas DEXs estão trabalhando para incorporar recursos mais avançados como o stop-loss, muito utilizado por traders. Este ano, devemos ver atualizações que favoreçam operações mais eficientes.

Outro problema a ser resolvido pelas exchanges descentralizadas é o slippage. O termo se refere à diferença entre o que o trader acha que está pagando por um ativo e o preço que o ativo realmente é executado na operação. Essa assimetria pode causar muitos prejuízos aos investidores. As CEXs atualmente têm mecanismos melhores para diminuir as perdas por slippage.

Conclusão

As companhias da Web3 estão trabalhando a todo vapor para reduzir a fricção e implementar uma web mais democrática para todos. E eu vou além. Acho que ela será muito mais divertida do que a atual, concordam?

*Felippe Percigo é um investidor especializado na área de criptoativos, professor de MBA em Finanças Digitais e educa diariamente, por meio da sua plataforma e redes sociais, mais de 100.000 pessoas a investirem no universo cripto com segurança.

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