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Febraban: bancos devem "liderar mercado de criptomoedas" no Brasil

Em relatório, Febraban afirma que instituições financeiras tradicionais estão melhor posicionadas para atuar no mercado cripto

Febraban: entidade publicou relatório sobre criptomoedas (Reprodução/Reprodução)
Cointelegraph

Agência de notícias

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 14h01.

A Federação Brasileira de Bancos ( Febraban ) divulgou um relatório em que afirma que as instituições financeiras tradicionais devem assumir a liderança de mercados emergentes ligados a novas tecnologias, com destaque para o mundo das criptomoedas . O relatório foi produzido em parceria com a consultoria Accenture.

Ao destacar o potencial das criptomoedas e da tokenização de ativos do mundo real para o setor financeiro brasileiro, a Febraban sugere que os bancos estão em uma "posição privilegiada" para liderar o segmento devido à reputação estabelecida, infraestrutura robusta e, principalmente, à confiança de que desfrutam junto aos consumidores.

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"Apesar da evolução técnica constante e do potencial de gerar benefícios, o blockchain enfrenta desafios para implantação como solução institucional. Questões cruciais como privacidade, padronização e a relação custo transacional x performance precisam ser endereçadas tecnicamente", afirma o relatório, apontando um espaço a ser preenchido por instituições financeiras tradicionais.

Segundo a Febraban, essa vantagem competitiva posiciona as instituições bancárias à frente de "empresas de menor confiança" que atuam no setor.

O relatório destaca que, ao contrário de outras jurisdições, o ambiente regulatório favorável ao desenvolvimento da indústria no Brasil fomenta a inovação de produtos e serviços financeiros. Ao invés de enxergar essas tecnologias como uma ameaça, os bancos devem abraçá-las como uma oportunidade para expandir e aprimorar seus serviços, segundo a associação.

Ainda de acordo com a Febraban, a participação de bancos públicos e privados e fintechs no desenvolvimento do Drex, a moeda digital de banco central (CBDC) brasileira, viabiliza a aceleração da adoção de aplicações de finanças descentralizadas ( DeFi ) e tokenização de ativos, resultando em ganhos operacionais e de eficiência "que o têm o potencial de alterar os principais pilares dos mercados financeiros".

O relatório cita como principais consequências do projeto a automatização do cumprimento de obrigações entre os participantes do sistema por meio de contratos inteligentes, eliminando a necessidade de intermediários, e a liquidação de transações em tempo real de quaisquer ativos tokenizados, incluindo títulos públicos, veículos e imóveis, entre outros.

Tokenização da economia

A Febraban destaca que a tokenização de ativos do mundo real é um nicho "crucial" do mercado de criptoativos a ser explorado pelas instituições bancárias brasileiras para se conectar ao sistema financeiro global.

"Análises recentes de mercado indicam que, apesar de um crescimento mais lento do que o previsto, a tokenização de ativos está a caminho de alcançar um mercado global de trilhões até 2030, excluindo stablecoins, CBDCs e depósitos tokenizados", diz.

O relatório aponta que a tokenização de ativos do mundo real por enquanto está restrita a instrumentos financeiros, mas o potencial do setor é "ilimitado". À medida que o mercado amadurece, novos modelos de negócios devem surgir, como a tokenização de propriedades intelectuais ou até mesmo de recursos naturais.

A Febraban cita a representação digital e o fracionamento de ativos físicos como imóveis, obras de arte e commodities como os próximos passos na evolução do setor. A partir disso, é possível que os bancos ofereçam serviços personalizados de tokenização aos seus clientes, criem produtos de investimento baseados em frações de ativos tokenizados e gerenciem mercados secundários para negociação desses ativos.

Um benefício prático e imediato será o aumento da liquidez de bens tradicionalmente ilíquidos. Ainda segundo a Febraban, o tamanho do mercado de tokens de ativos do mundo real "pode ser até maior do que o estimado atualmente, considerando o potencial de derivativos utilizarem as infraestruturas de contratos inteligentes."

O relatório defende que os bancos estão capacitados para assumir a liderança dos mercados de criptoativos. Isso se deve a três fatores principais: a atuação em conformidade com a regulação vigente, o alinhamento com o Banco Central no projeto do Drex, e a oferta de serviços de custódia e gestão de ativos com alto nível de segurança aos seus clientes.

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