Ex-CEO se desculpa com funcionários da FTX: 'não queria que isso acontecesse'
Sam Bankman-Fried disse em uma carta que "congelou" diante da pressão de investidores e vazamentos de práticas da exchange
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2022 às 11h38.
Sam Bankman-Fried, fundador e ex-CEO da corretora de criptoativos FTX, enviou uma carta para os funcionários da empresa nesta semana em que ele se desculpa pelas ações que levaram à falência da exchange, a segunda maior do mercado.
No documento, obtido pelo site CoinDesk, o empresário diz que "não queria que nada disso acontecesse e daria qualquer coisa para poder voltar e fazer as coisas de novo". Se referindo aos funcionários como sua "família", ele diz que "perdi isso, e nossa antiga casa é um depósito vazio de monitores".
"Quando me viro, não há mais ninguém com quem conversar", contou Bankman-Fried. Ele relatou ainda que "congelou" diante da pressão de investidores, vazamentos de práticas da FTX e da relação com a rival Binance, que se ofereceu para comprar a empresa, e que por isso "não disse nada" aos funcionários até então.
Bankman-Fried deixou o comando da empresa em 11 de novembro, no mesmo dia em que a FTX entrou com um pedido de falência nos Estados Unidos. Ele foi substituído por John Ray III, um executivo conhecido por atuar em procedimentos de reestruturação de companhias que declararam falência.
Antes da falência, Sam Bankman-Fried era um dos principais nomes do setor de criptoativos. Ele ficou conhecido por investir em grandes ações de marketing, fazer doações para políticos, manter um relacionamento próximo com reguladores e também por se tornar um bilionário antes dos 30 anos de idade.
Entretanto, o império construído por ele desmoronou em poucos dias conforme o mercado teve acesso a informações sobre práticas de mercado da FTX, incluindo o uso de capital de clientes para transferências para outra empresa de Bankman-Fried, a Alameda Research.
O novo CEO da corretora de criptoativos afirmou às autoridades dos EUA que nunca havia encontrado em sua carreira "uma falha tão completa dos controles da empresa e uma ausência tão grande de informações financeiras confiáveis como ocorreu aqui".
"Considerando desde a falta de integridade de sistemas comprometidos e uma supervisão regulatória falha no exterior, até a concentração de controle nas mãos de um grupo muito pequeno de indivíduos inexperientes, não sofisticados e potencialmente parciais, esta situação é inédita", disse John Ray.
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