Especialistas apontam cinco criptomoedas para ficar de olho em fevereiro
Ano começou com um movimento de forte recuperação no mercado e retomada de otimismo após perdas em 2022
João Pedro Malar
Publicado em 2 de fevereiro de 2023 às 18h23.
As criptomoedas começaram o ano de 2023 com um cenário bem diferente do observado no ano passado. O retorno do otimismo no mercado, ligado a uma melhora nas condições macroeconômicas dos Estados Unidos, ajudaram os ativos a terem fortes ganhos nas últimas semanas, e o cenário ainda é vantajoso para o setor em fevereiro.
O mês já começou com uma reação positiva do mercado à última reunião de definição de taxa de juros nos Estados Unidos. Apesar do Federal Reserve ter realizado um novo aumento, ele foi em uma magnitude inferior aos anteriores, e o presidente da autarquia, Jerome Powell, reconheceu em um discurso após a decisão que o país iniciou um processo de desinflação.
Com isso, crescem as apostas em um fim de ciclo de alta de juros já nos próximos meses. O movimento beneficia ativos de risco, incluindo as criptomoedas, e começou a ganhar espaço após o dado de inflação dos EUA referente a dezembro. Desde então, o bitcoin já teve uma valorização de mais de 40%.
Outros criptoativos subiram ainda mais. Em alguns casos, eles tiveram perdas mais significativas em 2022 e são vistos como descontados no momento, abrindo margem para altas maiores. Outros casos representam um reconhecimento por parte dos investidores de projetos com potencial, construídos durante o inverno cripto. À EXAME, especialistas apontaram quais são as cinco criptomoedas para ficar de olho neste mês. Confira!
Bitcoin
Apesar de considerar que "o momento ainda é de cautela para entender a redefinição de suportes e resistências importantes" dos ativos no setor, o CEO da Coinext José Artur Ribeiro considera que o bitcoin "teve um excelente início de ano, subindo 40% em janeiro". Ele destaca que o ativo superou a marca dos US$ 21 mil, e que dados atuais sugerem que os US$ 22,5 mil podem se tornar o nov suporte para a moeda.
"Os preços são os melhores desde agosto, agora que a digestão da pós-crise da FTX abriu portas para uma recuperação e o cenário macroeconômico se mostra mais otimista. Consequentemente, é esperado um alívio para ativos considerados de risco, como ações e criptomoedas", explica Ribeiro.
Apesar disso, ele observa que alguns especialistas não descartaram o risco de um movimento de correção de preços por parte do bitcoin, o que levaria a algum grau de desvalorização. Por isso, será importante ficar de olho em fevereiro na direção que o ativo vai tomar, podendo dar mais sinais sobre qual será seu comportamento no curto prazo.
Cardano
Já o analista da Titanium Asset Thiago Rigo cita a ADA, criptomoeda ligada ao blockchain Cardano, uma plataforma de contratos inteligentes concorrente da Ethereum. O projeto contou com uma notícia positiva recentemente: o lançamento da Djed, a stablecoin oficial da rede atrelada ao dólar.
"Ela foi implementada com sucesso na rede, embora ainda em operação limitada. O lançamento da stablecoin é um passo importante para o ecossistema da Cardano, que sofre críticas por possuir poucos lançamentos de recursos de finanças descentralizadas (DeFi). Assim, a Djed pode ser vista como um possível ponto de mudança dessa visão", comenta.
Em fevereiro, Rigo acredita que será importante acompanhar a evolução do uso da rede e o número de usuários. Caso haja um crescimento, a tendência é de valorização da critpomoeda. Já se o número não mudar, indicando um baixo engajamento, o mercado tenderá a ver um ceticismo do público em relação ao projeto, o que pode derrubar seu preço.
Lido
Para Bianca Brito, CSO da Viden Ventures, vale ficar atento ao comportamento da Lido, a criptomoeda ligada ao LIDO DAO, uma rede descentralizada de validadores da rede blockchain Ethereum. Em janeiro, o ativo foi um dos que chegou a ter uma valorização de mais de 100%, ou seja, viu sua capitalização de mercado dobrar.
"A Lido Finance é um protocolo interessante para ficar de olho. Ela é uma plataforma de staking líquido, e o setor de staking tende a se desenvolver bastante na rede Ethereum após o Shanghai Upgrade, próxima grande atualização da rede que deve ocorrer em março deste ano. Essa atualização permitirá o resgate das criptomoedas que vêm sendo travadas em staking desde que a Beacon Chain, a rede que se fundiu com a antiga Ethereum no 'The Merge', foi criada em dezembro de 2020", explica Brito.
Ela destaca que, atualmente, a porcentagem de ethers depositados na rede - parte do novo mecanismo de consenso - é de 14% da oferta total do ativo, número ainda bem inferior ao de outros blockchains com sistemas semelhantes. "Acreditamos que essa liberação dos saques trará confiança para que mais usuários façam o staking de seus ethers, e a Lido Finance, como maior player do setor, tende a capturar muito desse crescimento", projeta.
SafePal
Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, cita a SafePal, com o token SFP. Segundo ele, o ativo tem sido alvo nos últimos dias de especulações em torno da possibilidade dele ser usado como meio de pagamento em redes sociais, em especial o Twitter após a compra por parte do bilionário Elon Musk.
"Ela está chamando bastante atenção, o mercado está bem de olho nela e o mercado pode realizar um pump nos próximos dias", comenta. O termo "pump" se refere a um movimento de forte entrada de capital por parte dos investidores em determinados projetos, o que pode levar a fortes movimentos de valorizações em períodos curtos de tempo.
Injective
Na visão de Alexandre Lin, country manager da TruBit, o Injective (INJ) é uma criptomoeda que demanda atenção no mês de fevereiro. Ele diz que o token pode evoluir devido às suas características básicas, em especial estar ligado a um blockchain de primeira camada especializado em finanças.
"Ela conta com uma velocidade de 1,1 segundos e uma taxa barata de US$ 0,00015, que também contribuem para um futuro promissor para o INJ. O token têm uma forte equipe de desenvolvimento e também está em um momento de lançamento de produtos", ressalta Lin.
Ele lembra ainda que a criptomoeda está sendo emitida na Binance Launchpad, um serviço ligado à exchange que costuma atrair apoios de investidores. "O token acabou de levantar mais de US$ 40 milhões de capital em agosto de 2022", afirma Lin, apontando ainda que o comportamento da sua cotação indica um início de tendência de alta em breve.
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