Empresa identificou riscos em carteiras de criptomoedas (Reprodução/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 10 de agosto de 2023 às 13h32.
Mais de 15 projetos e provedores de carteiras para armazenamento de criptomoedas amplamente utilizados no mercado apresentam vulnerabilidades que podem permitir o o roubo de ativos de milhões de usuários, de acordo com um levantamento da empresa de infraestrutura de ativos digitais Fireblocks.
Em um comunicado divulgado na última quarta-feira, 9, a Fireblocks disse que a série de vulnerabilidades identificadas, apelidada de BitForge, está afetando as carteiras que usam a tecnologia de computação multipartidária (MPC, na sigla em inglês). O recurso permite que várias partes controlem e gerenciem fundos.
Os problemas identificados seriam um tipo de vulnerabilidades classificada como de "dia zero", o que significa que as falhas não haviam sido identificadas anteriormente pelos projetos. "Se não forem corrigidas, as vulnerabilidades permitirão que invasores e atores mal-intencionadas drenem fundos de carteiras de milhões de clientes institucionais e de varejo em segundos, sem que o usuário ou o fornecedor tenha conhecimento", comentou a Fireblocks.
A empresa divulgou que as vulnerabilidades afetaram muitos dos principais aplicativos de carteiras digitais, incluindo os das empresas Coinbase, Zengo e Binance. Após um "período pré-divulgação de 90 dias" padrão, as três empresas já teriam resolvido os problemas identificados.
A Fireblocks também informou que está trabalhando para identificar outros produtos que possam ser alvo de problemas de segurança semelhantes e que entrou em contato com outros provedores de carteiras de criptomoedas.
Em um comunicado, o diretor de segurança da informação da Coinbase, Jeff Lunglhofer, agradeceu à Fireblocks por identificar e divulgar o problema de forma responsável, acrescentando que os clientes da exchange e seus fundos nunca estiveram em risco. O diretor de tecnologia da Zengo, Tal Be'ery, observou que o problema foi prontamente corrigido e que nenhum usuário foi afetado.
O CEO da Binance, Changpeng Zhao, também agradeceu à Fireblocks por ter descoberto a vulnerabilidade, já que a corretora de criptomoedas conseguiu corrigir os problemas antes que qualquer dano pudesse afetar os seus clientes.
As carteiras MPC criptografam a chave privada de acesso de um usuário e a compartilham com várias partes – normalmente o proprietário da carteira, um provedor e um outro terceiro. Teoricamente, nenhuma dessas entidades deve ser capaz de desbloquear a carteira sem antes se comunicar com as outras.
No entanto, de acordo com o relatório técnico da Fireblocks sobre o BitForge, as vulnerabilidades permitiriam que os hackers conseguissem "extrair a chave privada completa se conseguissem comprometer apenas um dispositivo".
"Embora estejamos entusiasmados em ver que o sistema MPC é onipresente no setor de ativos digitais agora, é evidente a partir de nossas descobertas – e de nosso processo de divulgação subsequente – que nem todos os produtos de MPC são criados iguais", disse o diretor de tecnologia e cofundador da Fireblocks, Pavel Berengoltz.
"As empresas que utilizam a tecnologia Web3 devem trabalhar em estreita colaboração com especialistas em segurança que tenham o conhecimento e os recursos necessários para se antecipar às vulnerabilidades e minimizá-las", acrescentou.
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