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Com investidores institucionais, CME vira principal bolsa de derivativos de bitcoin

Bolsa de Chicago assume protagonismo na negociação de contratos futuros de bitcoin e reforça tese de fluxo institucional no mercado cripto

 (VisionsofAmerica/Joe Sohm/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 14h30.

Última atualização em 7 de janeiro de 2021 às 14h31.

A Chicago Mercantile Exchange (CME), bolsa de mercados globais fundada em 1898 nos EUA e que negocia diversos instrumentos financeiros como ações, moedas e commodities, se tornou a maior plataforma de negociação de contratos futuros de bitcoin do mundo, ultrapassando o valor negociado pelas exchanges de criptoativos.

Com quase 2,1 bilhões de dólares em posições em aberto ("open interest", em inglês) em contratos futuros de bitcoin, a CME soma 19,09% de participação neste mercado de derivativos do principal ativo digital do mundo, que totalizava 11 bilhão de dólares em posições abertas na noite da última quarta-feira (6), segundo dados do site de monitoramento Skew. O valor em aberto na CME é maior do que nas corretoras de criptoativos OKEx (1,98 bilhão de dólares) e Binance (1,82 bilhão), segunda e terceiras colocadas no ranking, respectivamente.

O crescimento do mercado de derivativos de bitcoin foi muito significativo ao longo de 2020. Há um ano, as plataformas globais, somadas, acumulavam 3 bilhões de dólares em posições em aberto de contratos futuros de bitcoin, quase 25% do valor atual. Na época, a CME respondia por 7% do total, o que significa que sua participação neste mercado aumentou em quase três vezes desde então.

Os dados são bastante relevantes para o mercado de criptoativos, já que a CME, por ser uma bolsa do mercado "tradicional", reúne principalmente investidores institucionais, que preferem negociar em uma plataforma estabelecida e regulamentada como a CME, em detrimento às exchanges de criptoativos, o que reforça a tese de fluxo contínuo e elevado de dinheiro institucional no mercado cripto.

Este, por sua vez, é importante para explicar a alta do bitcoin, já que investidores institucionais fazem aportes muito maiores do que investidores comuns, o que diminui consideravelmente a oferta do ativo, elevando seu preço. Mais do que isso, os investidores institucionais fazem aportes, em geral, visando ganhos no longo prazo, e por isso são menos suscetíveis às vendas impulsivas em caso de queda no preço do ativo, o que poderia empurrar ainda mais as cotações para baixo.

O crescimento do mercado de derivativos de bitcoin acompanha a alta no preço do ativo, que começou 2020 cotado a cerca de 7 mil dólares e encerrou o ano perto de 30 mil. Nesta quinta-feira (7), o ativo atingiu uma nova máxima histórica, negociado a 38.600 dólares no mercado internacional e 215 mil reais nas exchanges brasileiras. Pela primeira vez, o mercado de criptoativos atingiu a capitalização de mercado total superior a 1 trilhão de dólares.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos. Confira.

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