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Desmistificando hackathons no ecossistema Web3: oportunidades não existem só para desenvolvedores

Participar de um hackathon pode parecer algo muito sofisticado ou assustador, no entanto, esses eventos são portas de entrada valiosas para o universo da Web3

 (Reprodução/Reprodução)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 6 de julho de 2024 às 12h12.

Por Carlos Eduardo Guariglia e Bryan Brock*

Um hackathon é um evento intensivo que reúne programadores, designers, empreendedores e outros profissionais de áreas diversas, principalmente de tecnologia e negócios, em torno de um desafio de desenvolvimento de soluções inovadoras. A duração pode variar de 24 horas para os eventos mais curtos e até mesmo podem chegar até a alguns dias ou mesmo uma semana.

Esses eventos são conhecidos por sua atmosfera colaborativa e enérgica (até que o sono vença e o café acabe), onde equipes multidisciplinares trabalham contra o relógio para criar protótipos funcionais de softwares, aplicativos ou outras tecnologias.

Os hackathons funcionam em uma dinâmica básica de ideação, desenvolvimento e apresentação. Durante esses eventos, é comum que os participantes criem provas de conceito (POC) ou produtos mínimos viáveis (MVP). Esses são os primeiros passos para provar que uma ideia é relevante e viável.

O foco de um participante iniciante, entretanto, não precisa ser apenas apenas no produto final, mas na jornada de desenvolvimento, na colaboração e no aprendizado que ocorrem ao longo do caminho. Apesar de serem muitas vezes associados a competições, os hackathons oferecem uma ampla gama de oportunidades, desde a troca de conhecimentos, networking, a potencial criação de startups e até mesmo a obtenção de empregos.

Participar de um hackathon pode parecer algo muito sofisticado ou assustador para muitas pessoas. No entanto, esses eventos são portas de entrada valiosas para o universo de desenvolvimento da Web3, oferecendo uma oportunidade única de aprendizado e crescimento.

Muitas pessoas acham que não têm capacidade para participar de um hackathon, seja por falta de conhecimento técnico ou por acreditarem que não conseguirão acompanhar o ritmo dos demais participantes.

A realidade, porém, é que a curva de aprendizado durante a participação dos primeiros hackathons costuma ser gigantesca, a experiência de aprendizado proporcionada por um hackathon é imensurável. Pois é uma oportunidade de em um curto período de tempo adquirir novos conhecimentos técnicos e entender como as ferramentas e tecnologias podem ser utilizadas para a inovação.

Apesar disso tudo, o maior desafio geralmente é orquestrar todas as tarefas. Mais do que a criação de um produto, esses eventos testam a capacidade de organização e trabalho em equipe dos participantes. Tomar decisões rápidas e eficientes é essencial, identificar o que é mais viável de desenvolver no tempo hábil pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso.

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As equipes são compostas por 3 a 6 pessoas, dependendo de alguns fatores, como a complexidade da tarefa, a duração do hackathon, as regras definidas no regulamento e principalmente a decisão da própria equipe de quanto serão os membros com base no equilíbrio de duas variáveis: a geração de novas ideias e a rapidez na tomada de decisões, um maior número de membros aumenta a primeira e diminui a segunda.

Mesmo para quem não é desenvolvedor, os hackathons oferecem uma perspectiva valiosa sobre a tecnologia envolvida, permitindo um entendimento mais profundo do ecossistema Web3 e das suas possibilidades. Alguns profissionais como designers e profissionais das áreas de negócios desempenham papéis cruciais na criação das soluções apresentadas.

A interação entre diferentes áreas permite uma simulação do mercado de trabalho, onde a colaboração interdisciplinar é essencial. Isso enriquece a experiência e promove o desenvolvimento de habilidades que vão além do conhecimento técnico.

Um dos grandes atrativos dos hackathons especialmente no ecossistema Web3 é a remuneração. Em comparação com a Web2, os hackathons de Web3 frequentemente oferecem prêmios maiores e melhores oportunidades de remuneração.

Isso se deve à necessidade crescente de desenvolvedores e usuários (das novas aplicações desenvolvidas nos hackathons) por parte das blockchains, protocolos e projetos Web3, que veem nesses eventos uma forma de atrair talentos e gerar volume de usuários (lucrando posteriormente com as taxas coletadas).

As parcerias e soluções desenvolvidas nesses eventos muitas vezes recebem suporte financeiro ou investimento significativo, tornando a participação ainda mais atraente.

Além das premiações, há a chance de viajar e participar de eventos no Brasil e no mundo, conhecer investidores e interagir diretamente com os criadores das tecnologias. Esses encontros proporcionam feedback valioso e insights que não seriam facilmente encontrados em outras circunstâncias.

Muitas vezes as organizações dos hackathons viabilizam a participação com programas e incentivos, como no caso do "UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME HACKATHON" organizado pelas Nações Unidas e pela blockchain Internet Computer (ICP), na qual 15 participantes de países em desenvolvimento vão receber auxílio financeiro para cobrir os custos de passagem para a África do Sul.

Assim como o ICP Hub Brasil estará oferecendo um Hackathon para o público brasileiro e está realizando a preparação para o mesmo através de um Boot Camp, mais informações é só procurar nas redes sociais e no site icphubbr.org.

Superar o medo inicial e participar de um hackathon pode ser um passo decisivo para se aprofundar no ecossistema Web3. Esses eventos são mais do que competições; são experiências de aprendizado intensivo, networking e desenvolvimento pessoal e profissional. Portanto, se você está interessado em Web3 e criptomoedas, explore as próximas oportunidades de hackathons e comece sua jornada.

*Carlos Eduardo Guariglia é professor, mestre em Física e membro do Core Team da ICP Hub Brasil.

*Bryan Brock é engenheiro de computação pelo ITA e membro do Core Team da ICP Hub Brasil.

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