Principal criptomoeda do mercado caiu mais de 60% em 2022 (Getty/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 09h00.
Os analistas do mercado de criptomoedas começaram 2023 mantendo divergências sobre o potencial de crescimento, ou desvalorização, do bitcoin neste novo ano. Para alguns, o ativo vai continuar caindo e chegar a níveis não vistos há anos, enquanto outros esperam uma nova onda de valorização, atingindo um recorde histórico.
A principal criptomoeda do mercado caiu mais de 60% em 2022, prejudicada por um quadro macroeconômico global de alta de juros e fuga de investimentos em ativos considerados arriscados. Além disso, o setor passou por problemas internos que também não ajudaram.
Já em 2023, o destino do bitcoin depende não apenas do grau de resiliência do setor neste ano, mas também de quando as principais economias do mundo reverterão suas políticas monetárias e passarão a sinalizar cortes de juros, o que geraria novos fluxos de investimento na criptomoeda.
O entusista de criptomoedas Tim Draper compartilhou uma projeção otimista para o bitcoin. Ele acredita que, até o fim de 2023, a criptomoeda terá uma valorização intensa, chegando à casa dos US$ 250 mil pela primeira vez na história.
À CNBC, ele disse que sua projeção se baseia no fato de que "as mulheres controlam 80% dos gastos no varejo, e apenas 1 em cada 7 carteiras de bitcoin são atualmente detidas por mulheres, essa barragem está prestes a quebrar".
Se isso ocorresse, a adoção feminina geraria, na visão de Draper, uma alta de 1.400% do bitcoin. Para ele, há sinais de que o mercado cripto já atingiu a mínima do atual mercado de baixa, e tende a começar a se recuperar. Haverá, além disso, efeitos nos preços com a proximidade do próximo halving da criptomoeda em 2024, quando o total gerado a cada mineração é cortado pela metade.
A professora da Universidade de Sussex Carol Alexander também compartilhou uma projeção mais otimista com a CNBC sobre o futuro da criptomoeda em 2023. Ela espera que o ativo tenha alguns ganhos, e termine o quarto trimestre do ano em US$ 50 mil.
Para isso ocorrer, ela defende que seria preciso que "mais dominós" caíssem no caso FTX, o que geraria um "mercado de alta gerenciado, não uma bolha, então os preços não disparariam".
A lógica da professora é que, caso os volumes de negociação caiam ainda mais, os grandes acumuladores de bitcoin precisarão agir para garantir uma valorização de ativos no mercado, incluindo da criptomoeda.
Já a previsão mais pessimista sobre o futuro do bitcoin neste ano foi feita pelo banco Standard Chartered, que espera que o bitcoin termine 2023 caindo para até US$ 5 mil, representando uma queda de mais de 70% em relação à cotação atual em um "cenário de pesadelo".
O motivo seria o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, que ainda não acabou e tende a prejudicar especialmente os ativos da área de tecnologia: "apesar das vendas de bitcoin estarem desacelerando, o estrago já foi feito".
Nesse quadro, que o banco considera ser pouco provável, "mais e mais empresas e bolsas de criptomoedas se encontrariam com liquidez insuficiente, levando a mais falências e a um colapso na confiança dos investidores em ativos digitais".
Por outro lado, o investidor Mark Mobius acredita que o bitcoin também pode cair, mas menos, fechando 2023 na casa dos US$ 10 mil. A projeção foi a mesma feita por ele em 2022, que não se concretizou: a criptomoeda terminou o ano em torno de US$ 16,7 mil.
Ele também atribui a previsão ao cenário de juros norte-americanos: "com taxas de juros mais altas, a decisão de manter ou comprar bitcoin e outras criptomoedas torna-se menos atraente, pois apenas segurar a moeda não pagará mais que os juros". Por isso, o ativo ainda pode perder alguns investidores, com novas quedas.
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