Dogecoin é uma das criptomoedas para ficar de olho em março (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 17 de fevereiro de 2024 às 10h00.
A chamada crise “subprime”, desencadeada por hipotecas de alto risco nos Estados Unidos, abalou as estruturas do sistema bancário global e deixou muitos investidores perplexos sobre o futuro da economia mundial.
Nesse contexto de incerteza, os investimentos tradicionais, como ações e títulos, perderam parte de seu brilho, levando alguns a buscar alternativas mais inovadoras e resilientes.
Diante dessa desconfiança e insatisfação que surgiu o bitcoin, em 2009, como uma resposta direta aos fracassos do sistema financeiro convencional. Criado por um indivíduo ou grupo de pessoas (até os dias atuais não se sabe ao certo) sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, o bitcoin trouxe uma nova proposta monetária, baseada em tecnologia descentralizada e criptografia, que eliminava a necessidade de intermediários financeiros tradicionais.
Esta moeda digital pioneira não só oferecia segurança e transparência, mas também prometia autonomia e liberdade financeira para seus usuários.
À medida que o bitcoin ganhava aceitação e popularidade, surgiram outras criptomoedas, como o ether, da rede Ethereum, que expandiram as fronteiras da inovação financeira. A Ethereum não apenas introduziu uma nova forma de moeda digital, mas também revolucionou o conceito de smart contracts - isto permitiu a execução automática de acordos sem a necessidade de intermediários.
Esse avanço abriu caminho para uma infinidade de aplicativos descentralizados e casos de uso de blockchain em diversos setores, além das finanças.
Conforme o mercado de criptomoedas avançava, os investidores começaram a diversificar suas carteiras além do bitcoin e ether, buscando oportunidades em outros projetos. Moedas alternativas, conhecidas como "altcoins", ofereciam uma variedade de recursos, cada uma com seu próprio potencial de crescimento e risco.
Embora as criptomoedas ofereçam oportunidades únicas de investimento, também é importante considerar os pontos positivos e negativos antes mesmo de sair investindo em qualquer tipo de ativo. Por um lado, as criptomoedas podem proporcionar retornos potencialmente elevados, diversificação de portfólio e acesso a mercados financeiros globais de forma descentralizada.
Além disso, a tecnologia blockchain subjacente oferece segurança e transparência incomparáveis. No entanto, é crucial reconhecer os riscos associados, incluindo a volatilidade do mercado, preocupações regulatórias, questões de segurança cibernética e falta de proteção ao investidor. Portanto, investir em criptomoedas requer diligência e compreensão cuidadosa dos fatores envolvidos.
Um marco significativo no reconhecimento institucional das criptomoedas foi a aprovação em janeiro de 2024 dos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin nos Estados Unidos. Esses instrumentos financeiros permitiram que investidores tradicionais acessassem o mercado de criptoativos por meio de plataformas regulamentadas, abrindo as portas para uma nova onda de adoção e investimento institucional.
Destarte, estamos testemunhando o início que aqui iremos chamar de "bitcoinização" - um termo que descreve o crescente reconhecimento e adoção do bitcoin como uma forma legítima de moeda. De pagamentos online a reservas de valor, o bitcoin está gradualmente se estabelecendo como uma alternativa viável ao dinheiro fiduciário, desafiando as noções convencionais de moeda e economia.
Assim, pode-se afirmar que este mercado é recente, foram apenas 15 anos desde a criação do bitcoin a uma reação à crise financeira de 2008, até a proposta de ETFs à vista no cenário atual. Um fato: é um mercado em expansão, cabe a nós, como investidores, buscar conhecimento, prudência e visão necessária para investir com consciência neste tipo de ativo.
*Hugo Dias Amaro é doutor em Administração e coordenador do curso de curta duração “Aprenda a trabalhar com Criptomoedas: gestão, finanças e lucros com as moedas digitais” da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
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