Criptoativos são "espetaculares", diz gestor e sócio de Jorge Paulo Lemann
Florian Bartunek, da Constellation Asset Management, afirmou achar criptoativos "muito maior do que as pessoas imaginam". Guilherme Aché, da Squadra, no entanto, adota postura mais cautelosa
Gabriel Marques
Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 12h29.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2022 às 12h54.
Durante a CEO Conferecence, promovida pelo BTG Pactual nos últimos dias 22 e 23 de fevereiro, os gestores Florian Bartunek, da Constellation Asset Management — que tem entre seus sócios Jorge Paulo Lemann — e Guilherme Aché, da Squadra, expressaram seus pontos de vista sobre os criptoativos. Enquanto o primeiro considera os ativos digitais “espetaculares”, o segundo prefere agir de forma mais cautelosa.
No painel "Alta da Selic e o efeito na seleção de ações ", Florian afirmou: “Cripto é espetacular. Não imagino um jovem esperando a bolsa abrir para comprar ações de empresa. Ele quer comprar o que for legal e na hora”, referindo-se à falta de horário de funcionamento do mercado cripto, que é 24 horas. “Acho que esse negócio é muito maior do que as pessoas imaginam”, completou.
A Constellation é uma das principais casas de investimento em ações do Brasil, com mais de R$ 10 bilhões sob gestão. Florian também é presidente da filial da Harvard Business School-Young Presidents Organization (YPO) em São Paulo, comunidade da famosa universidade para líderes executivos que tiveram carreiras notáveis antes dos 45 anos.
A visão de Bartunek é parecida com a de Sam-Bankman Fried, CEO da FTX, que comentou durante sua participação no evento do Future of Money como o mercado financeiro tradicional é burocrático quando comparado com o cripto.
Aché afirmou ter uma postura mais cautelosa e cética em relação às criptomoedas. “Acho que cripto vai virar um capítulo nos livros sobre bolhas financeiras, junto com as ações de tecnologia no início dos anos 2000”. Apesar disso, sua gestora com mais de R$ 7 bilhões sob gestão dispõe de uma equipe para análise do setor. “Temos duas pessoas dedicadas a explicar disso para o grupo de investimentos da casa. Fazemos reuniões quinzenais sobre temas específicos como blockchain e NFTs ”, completou.
“Temos dificuldades em fazer análises, porque no Brasil estamos muito longe dessa fronteira, e ela se expande muito rápido todos os dias, é difícil ficar a par”, finalizou. Aché começou sua carreira no Banco Pactual, e depois fundou a famosa gestora JGP com André Jakurski, para depois formar a Squadra Investimentos.
No mesmo painel da CEO Conference, Maurício Bittencourt, da Velt, afirmou estar passando por um dos momentos mais dinâmicos de sua carreira.“Para o investidor em longo prazo, é um momento em que estamos tendo de aprender outros conceitos. Temos de ter muita humildade intelectual para tentar entender esses novos conceitos e capturar essas tendências”, disse o investidor.
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