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Criptoativos perderam metade do valor de mercado em 2022, aponta estudo

Perdas se concentraram no segundo trimestre de 2022, com setor encerrando o ano valendo US$ 829 bilhões

Quebra do ecossistema do Terra gerou as maiores perdas para os criptoativos (Getty Images/Reprodução)

Quebra do ecossistema do Terra gerou as maiores perdas para os criptoativos (Getty Images/Reprodução)

Os criptoativos perderam mais da metade de todo o seu valor de mercado ao longo de 2022, de acordo com um relatório divulgado pelo CoinGecko, um agregador de dados do setor cripto. Com isso, o market cap final do ano foi de US$ 829 bilhões, marcando um novo período de "inverno cripto".

De acordo com o levantamento, o período de mercado de baixa gerou uma forte queda nos volumes de negociação, atingindo principalmente os segmentos de tokens não-fungíveis (NFTs, na sigla em inglês) e de finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês).

A capitalização de mercado do segmento de DeFi, por exemplo, caiu 72,9% na comparação com 2021 e atingiu o menor valor desde 2020. Os protocolos de empréstimo e os agregadores de juros tiveram as maiores perdas, que a CoinGecko atribui a "valores inflados e retiradas de capital".

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Ao mesmo tempo, os cinco maiores marketplaces de NFTs tiveram uma queda de 93,2% no volume de negociações em dezembro de 2022, após ter atingido o maior valor em janeiro. O estudo aponta que o OpenSea segue dominando o mercado de venda desses criptoativos, responsável por 65,4% do total, apesar de ter perdido uma parcela de mercado para o Magic Eden, ligado ao blockchain Solana.

Além disso, os royalties pagos aos criadores dos NFTs também registraram um recuo significativo, de 94,9%, chegando à mínima de US$ 16 milhões em dezembro do ano passado.

Considerando as dez maiores corretoras de criptoativos do mundo, o volume negociado chegou a atingir a merca de US$ 1,5 trilhões em janeiro, mas depois caiu 67,3% até a mínima de US$ 460 bilhões em dezembro.

Para o CoinGecko, a queda aponta que "os investidores de cripto se distanciaram do mercado ou saíram totalmente dele. Apesar do colapso da FTX ter destacado os riscos de centralização, a proporção de negociação em corretoras centralizadas para corretoras descentralizadas permaneceu relativamente inalterada. No final do ano, as corretoras centralizadas detinham 92,5% do volume negociado".

Por outro lado, o segmento de stablecoins - criptoativos com uma cotação atrelada a outro ativo - manteve uma "dominância" no mercado, concentrada em três moedas pareadas ao dólar, o Tether (USDT), a USDC e a Binance USD (BUSD). Para o CoinGecko, elas "se mantiveram comparativamente resilientes, apesar de medos sobre a sustentação das paridades".

Além disso, a Ethereum também teve uma boa performance durante o ano ruim, apoiado no crescimento do seu esquema de staking como parte do seu novo mecanismo de consenso. O relatório aponta que a prática "cresceu trimestre a trimestre" ao longo do ano, chegando a 15,8 milhões de ethers depositados na rede, ante 8,8 milhões no início do ano.

"Isso indica que os sentimentos do mercado de baixa foram superados pela antecipação da atualização da Ethereum, chamada de Shangai, que permitirá retiradas de apostas e está prevista para março de 2023", observa a empresa de dados de criptoativos.

Na avaliação do CoinGecko, as perdas do mercado se concentraram no segundo trimestre de 2022, quando ocorreu a quebra do ecossistema do Terra. O setor começou o ano com um valor de mercado de US$ 2,3 trilhões, caindo para menos de US$ 1 trilhão entre abril e junho pela primeira vez desde agosto de 2021.

Já no segundo semestre, o mercado de criptoativos operou com lateralidade, terminando o ano com uma perda de valor de 64,1%, piorada com a falência da FTX. "O ano de 2022 marcou um ponto de virada para a indústria de criptomoedas – um ponto que eliminou os excessos insustentáveis ​​do mercado de alta", afirma Bobby Ong, COO do CoinGecko.

A expectativa da empresa é que, em 2023, o setor, comece a se "recuperar lentamente, com mais esforços para reconstruir a confiança e a credibilidade".

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