Cripto de Sam Altman muda hardware e faz parceria com Rappi para "delivery" de escaneamento de íris
Antiga Worldcoin anunciou uma série de mudanças no projeto, que busca criar uma "identidade digital global" para distinguir robôs e humanos
Editor do Future of Money
Publicado em 17 de outubro de 2024 às 19h26.
Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 11h01.
Em evento realizado em São Francisco, nos EUA, a Tools For Humanity, que tem o dono do ChatGPT Sam Altman como cofundador e presidente, anunciou uma série de novidades e mudanças para seu projeto cripto Worldcoin - entre eles a mudança no nome, agora apenas World, um novo hardware de escaneamento de íris e uma parceria com a Rappi na América Latina.
ChamadosOrbs, os equipamentos responsáveis pelo escaneamento da íris do usuários do sistema foram repaginados. Agora equipados com GPUs Nvidia H100 e chips Jetson - cuja versão mais avançada é menor e quase cinco vezes mais eficiente em termos de uso de IA -, eles se tornaram mais rápidos e com 30% menos componentes em sua fabricação, resultando na versão mais compacta, segundo o CEO da organização, Alex Blania.
Os Orbs são parte essencial da missão do World de criar e comprovar identidades em ambientes digitais, garantindo a humanidade dos usuários em um espaço também ocupado por robôs e, agora mais do que nunca, por inteligências artificiais.
Assim, expandir o acesso ao equipamento é fundamental para garantir o aumento na adoção do ecossistema - e é aí que entra a parceria da World com a Rappi.
"Precisamos de mais Orbs, muito mais Orbs, provavelmente algo como mil vezes mais Orbs do que temos agora", disse Rich Heley, responsável pelo desenvolvimento do novo equipamento. "E não apenas mais Orbs, como mais Orbs em mais lugares".
Assim, além de disponibilizar os Orbs em pontos específicos, a World também os enviará para a casa dos interessados, como um delivery de verificação de identidade, executado em parceria com a Rappi. "Quase como se você pedisse uma pizza", segundo Heley.
À EXAME, um porta-voz da Tools For Humanity disse que a parceria começará "muito provavelmente na Argentina", onde o projeto tem altíssimo nível de penetração na população local graças à recompensa em criptomoedas WLD que os usuários que permitem o escaneamento de suas íris recebem - como sua cotação é em dólar, se torna valiosa em um país ainda afetado por grave crise econômica e hiperinflação.
Depois dos argentinos, a ideia é seguir a parceria para o escaneamento de íris "delivery" em todos os outros países de atuação da Rappi, entre eles o Brasil. As datas para lançamento do projeto e da chegada do mesmo ao Brasil ainda não estão definidas.
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Novo hardware e proteção de dados
Ainda no evento, a World anunciou a adoção da tecnologia AMPC, que tem código aberto, para garantir maior segurança e eficiência em especial sobre os dados coletados nos escaneamentos de retina dos novos Orbs.
Sigla para Anonymous Multi Party Computation, ou Computação Multipartidária Anônima, em tradução livre, o sistema AMPC promete tornar o escaneamento de íris mais simples e seguro.
O novo sistema AMPC utiliza o poder computacional das GPUs Nvidia H100 para oferecer melhor desempenho de processamento de dados, permitindo até 50 milhões de comparações por segundo. Cada nó de computação da rede é hospedado em instâncias AWS p5.48xlarge, que apresentam oito placas Nvidia H100 e oferecem cerca de 3.200 Gbps de largura de banda e 20 exaflops de desempenho de computação.
A World também usará o Nethermind como validador do sistema e contará com a participação da Universidade de Erlangen-Nuremberg e do Centro de Inteligência Descentralizada Responsável da Universidade de Berkeley, na Califórnia para gestão independente do mesmo.
O Blockchain Center da Universidade de Zurique também irá contribuir para o armazenamento seguro de dados, avançando para a criação de um sistema global descentralizado em que nenhuma entidade tenha acesso a dados biométricos, de acordo com a fundação.
A World e a Tools for Humanity deixarão de operar dentro da AMPC, permitindo que a rede seja gerida exclusivamente por organizações independentes, "em um esforço mais amplo de descentralização", segundo a organização, que também reforçou que os dados coletados em seus Orbs são criptografados e enviados instantaneamente para a rede, o que significa que não são armazenados no equipamento, em servidores ou em nuvem.
*O jornalista viajou para São Francisco à convite da World.