Mt. Gox declarou falência em 2014, quando liderava mercado de corretoras (Kiyoshi Ota/Bloomberg)
Repórter do Future of Money
Publicado em 24 de junho de 2024 às 10h11.
A corretora falida de criptomoedas Mt. Gox anunciou nesta segunda-feira, 24, que vai começar a pagar seus antigos clientes a partir de julho. Ao todo, investidores que usavam o sistema da exchange receberão cerca de US$ 9 bilhões (mais de R$ 45 bilhões, na cotação atual) em bitcoin, um volume que gera temor no mercado pelo impacto no preço do ativo.
Os planos para o ressarcimento dos clientes foram confirmados por Nobuaki Kobayashi, executivo que tem administrado a massa falida da Mt. Gox. Ele afirmou que os pagamentos começarão "no início de julho", sem oferecer uma data precisa. A expectativa, porém, é que os pagamentos comecem já na próxima semana.
Segundo Kobayashi, os clientes prejudicados pela quebra da corretora receberão os pagamentos em bitcoin e bitcoin cash. Ele destacou que houve um esforço para garantir que os pagamentos ocorram de forma "segura e confiável", após diversos atrasos no cronograma original de ressarcimento.
A Mt. Gox declarou falência em 2014 e, desde então, tem buscado estruturar um plano de ressarcimento dos clientes prejudicados. Em abril deste ano, os clientes da exchange tiveram acesso pela primeira vez ao número exato de criptomoedas que receberão.
A corretora de criptomoedas chegou a ser a maior do mundo antes de quebrar e por isso reuniu bilhões em criptomoedas que acabaram ficando bloqueadas no sistema da exchange. Desde então, os clientes aguardam a liberação dessas quantias.
O objetivo da Mt. Gox é realizar os pagamentos de forma escalonada, concluindo o processo até 31 de outubro deste ano. Por outro lado, os pagamentos acabaram gerando uma apreensão entre investidores. Logo após o anúncio da exchange, o bitcoin passou a operar em queda.
O motivo é o temor do mercado de que os clientes venderão as criptomoedas recebidas para realizar lucros, o que geraria uma alta repentina na oferta do ativo e impactaria negativamente no preço. No momento, o bitcoin opera em queda de mais de 4%, segundo dados do CoinGecko.
Porém, para Alex Thorn, diretor de pesquisa da empresa de análise Galaxy, esse cenário pode não se concretizar. A tendência, na visão do executivo, é que a maior parte dos bitcoins transferidos pela Mt. Gox não sejam vendidos e fiquem armazenados pelos investidores, o que reduziria o impacto negativo no preço da criptomoeda.