Correlação entre bitcoin e ouro superou os 50% pela primeira vez (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 4 de abril de 2023 às 14h45.
O comportamento do preço do bitcoin atingiu em março o maior nível de correlação com o desempenho do ouro, indicando que a tese de que a maior criptomoeda do mercado possui as características necessárias para ser uma reserva de valor ganhou força nas últimas semanas. Os dados foram divulgados em um relatório da plataforma de pesquisa Kaiko.
O levantamento da Kaiko aponta que a correlação entre o preço da criptomoeda e do ouro atingiu um nível acima de 50% pela primeira vez desde junho de 2021, quando o levantamento começou a ser realizado. Ao mesmo tempo, a correlação com o índice de ações S&P 500 - um dos principais dos EUA - atingiu o menor nível já registrado.
Segundo a Kaiko, o bitcoin apresentou desde 2021 uma correlação maior com o S&P 500, mostrando que o ativo se comportava de forma mais semelhante ao mercado de ações do que ao ouro. Porém, as novidades no mercado no primeiro trimestre acabaram mudando esse cenário.
O principal fator citado pela plataforma foi a crise bancária que estourou nos Estados Unidos em março, com a falência de bancos como Silicon Valley Bank e o Signature. Desde então, tanto a criptomoeda quanto o ouro operaram em tendência de alta, enquanto o mercado acionário enfrentou quedas.
O cenário fez com que o bitcoin tivesse o melhor desempenho trimestral em dois anos, com uma valorização de mais de 60%. O ativo conseguiu superar diversas outras opções de investimento, incluindo o próprio ouro. No mesmo período, o minério - tradicionalmente usado como uma reserva de valor em momentos de crise - subiu 5,35%, de acordo com um levantamento do TradeMap.
Para especialistas, a valorização da maior criptomoeda do mercado está ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reserve — reforçada após as recentes falências bancárias —, com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre.
O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptos, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.
Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos devido a algumas características da criptomoeda, em especial sua oferta finita e limitada, que lhe confere um caráter deflacionário.
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