Tecnologia blockchain surgiu em 2009 com o bitcoin (Yuichiro Chino/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2022 às 14h00.
Última atualização em 8 de setembro de 2022 às 11h46.
Diversas frentes do comércio internacional estão evoluindo com o uso de novas tecnologias – Internet of Things (IoT), Inteligência Artificial e Machine Learning são alguns exemplos. Além destas, não posso deixar de mencionar que está em alta há algum tempo: o blockchain. Com o aquecimento do mercado de criptomoedas e Non-Fungible Tokens (NFTs), o assunto nunca esteve tão em alta como atualmente.
Porém, as suas aplicações vão além de moedas e itens não fungíveis. Negociações em escala global já estão usando o blockchain para agilizar suas transações. Um fato curioso — e relativamente recente — foi a importação no valor de US$ 10 milhões que o Irã custeou com criptomoedas. A operação foi anunciada por Alireza Peyman-Pak , chefe da Organização de Promoção do Comércio. Até o final de setembro, o uso de criptomoedas e contratos inteligentes será generalizado no comércio exterior com os países-alvo.
Outro fato interessante é a Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi, que contratou a IBM (International Business Machines Corporation) para criar um sistema baseado no blockchain capaz de rastrear, validar e executar transações de petróleo e gás natural.
Onde quero chegar com essas informações? O comércio exterior, por sua complexidade e diversos processos, tem muitas possibilidades ao aproveitar os avanços do blockchain. A tecnologia blockchain expande diversos setores do mundo, e não é novidade o ‘boom’ que já atingiu empresas, órgãos públicos, PMEs e até pessoas físicas. Ela funciona como um ‘livro-contábil’, registrando as informações de transações e contratos de acordo com regras preestabelecidas pelo algoritmo.
Empresas e organizações que realizam operações complexas e de alto valor já estão buscando meios de evoluir com essa tecnologia. Entretanto, a expectativa vai além dos processos comerciais. Há expectativa de que todos os processos possam ser totalmente integrados, da cadeia de suprimentos à liberação da carga e execução de contratos.
É verdade que tudo isso vai além, utilizando fundamentos de Inteligência Artificial e Internet of Things, mas é justamente na interdisciplinaridade dessas tecnologias que se espera agilizar e aumentar a segurança no comércio exterior.
O blockchain vem ganhando cada vez mais destaque pela versatilidade e segurança operacional na sua utilização. O comércio exterior, por sua vez, vem sendo impactado por diversas transformações tecnológicas que demandam agilidade, eficiência e segurança. Além de inovadores e possuírem alto nível de segurança, os dados presentes nas transações do blockchain são imutáveis e trazem agilidade ao reduzir a circulação de papéis e automatizar processos, sem a necessidade de várias intervenções humanas.
No comércio nacional, o blockchain é utilizada no processo de validação dos documentos – por meio da plataforma digital – além da troca de informações entre as aduanas que estabelecem os acordos de conhecimento mútuo também por meio do uso dessa tecnologia. Outro ponto interessante é a sua relação com a certificação OEA (Programa Operador Econômico Autorizado), uma vez que as aduanas podem buscar informações pelo blockchain sobre as empresas certificadas.
Ou seja, quanto mais a empresa estiver acompanhando e implementando soluções tecnológicas que trazem visibilidade de ponta a ponta da operação de comércio exterior, informações em tempo real e maior controle para otimizar a gestão de importação, mais o comércio global torna-se seguro e ágil. Te convido a mergulhar neste ecossistema totalmente integrado com tecnologias que estão transformando o setor para importadores, exportadores e despachantes aduaneiros.
*Helmuth Hofstatter é CEO e fundador da Logcomex
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