Presidente da Lenovo destacou importância de fomentar setor de IA (Lenovo/Divulgação/Divulgação)
Repórter do Future of Money
Publicado em 30 de junho de 2023 às 09h00.
Última atualização em 30 de junho de 2023 às 12h11.
Lançado para o público há pouco mais de seis meses, o ChatGPT se tornou o grande símbolo e referência quando o assunto é inteligência artificial. Mas João Bortone, presidente e general manager da Lenovo ISG América Latina, destacou que a tecnologia vai muito além do sistema de chat criado pela OpenAI. Em entrevista exclusiva à EXAME durante a Febraban Tech 2023, o executivo falou sobre a tecnologia e os planos da Lenovo para esse mercado.
Nesta semana, a gigante de tecnologia revelou que atingiu uma receita anual recorde na área de infraestrutura de inteligência artificial, superando a casa dos US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 10 bilhões, na cotação atual) em meio a uma demanda crescente pela tecnologia.
Com isso, a Lenovo intensificou seus projetos na área, com o objetivo de incentivar novos projetos e iniciativas que trabalhem com diferentes casos de uso para IA. Ao mesmo tempo, Bortone observa que a disparada na popularidade dessa tecnologia também torna algumas questões em torno dela mais urgentes, como a regulamentação.
Junto com o anúncio da receita recorde, a Lenovo também revelou que vai expandir seus investimentos na área em US$ 1 bilhão pelos próximos três anos para "acelerar a implementação da inteligência artificial para empresas de todo o mundo". O objetivo é simplificar a implementação de recursos com IA, ofertá-la como fonte de dados e aproveitar a sua rede, surfando em uma demanda de atualizações de infraestrutura e aumento global na digitalização.
"O investimento expandirá ainda mais o portfólio de dispositivos inteligentes prontos para IA, as soluções de infraestrutura e serviços para ajudar a acelerar a inovação, viabilizando o uso da IA generativa e fornecendo decisões cognitivas em escala em locais remotos nas aplicações financeiras, de manufatura, saúde, varejo e cidades inteligentes", destacou o anúncio.
Bortone explica que a Lenovo trabalha há anos com inteligência artificial e que já vinha colocando-a como uma "tecnologia de base em várias linhas de servidores". Atualmente, quase todos os investimentos em produtos da Lenovo acabam resultado em investimentos em IA. Agora, porém, a empresa precisa lidar com uma "curva explosiva, progressão geométrica" de adoção da tecnologia.
Por isso, a empresa intensificará os seus investimentos em "construção do ecossistema" a partir do IA Inovators, um programa que busca ajudar na construção do ecossistema de IA e acelerar diferentes empresas que estão desenvolvendo soluções com a tecnologia.
Nesse sentido, Bortone destaca que o ChatGPT "não é um oráculo", mas que ele e outros sistemas de inteligência artificial generativa têm "dezenas, centenas de soluções para diferentes áreas, como financeira, médica, de análise de crédito". O foco da Lenovo será "juntar o ecossistema em volta das soluções para mostrá-las ao mercado".
Uma expansão da adoção da inteligência artificial beneficia a Lenovo de um jeito diferente do de outras gigantes de tecnologia como Microsoft e Google. O motivo, explica o presidente da empresa no Brasil, é que a Lenovo não fornece produtos de software, mas sim de hardware.
"Os grandes fornecedores do lado de software estão em uma corrida para ver quem vai oferecer as soluções. Só a categoria de inteligência artificial generativa vai ter 300 sabores pra escolher, mas todo software precisa de hardware. É aí que vem a arquitetura, qualidade, para que as aplicações consigam se desenvolver de forma rápida", diz o executivo.
E a Lenovo espera se destacar ainda mais como uma fornecedora dessa infraestrutura, ligando as empresas que desenvolvem aplicações para a tecnologia com companhias de alcance global que podem se interessar pelas vantagens que a IA traz e os problemas que ela pode resolver.
Para João Bortone, a disparada da inteligência artificial representa uma "janela de oportunidade muito importante" para o Brasil. Ele destaca que a tecnologia tem potencial para ser adotada em diferentes setores, mas um que ele destaca é o agronegócio, que "ainda tem um potencial enorme nas próximas décadas. A gente é o celeiro do mundo, e vai ser cada vez mais".
"A escala é muito grande, então quanto mais tecnologia, mais produtividade e melhor para o país. A gente vê que o segmento já está investindo há muitos anos em tecnologia, com recorde de safra todo ano", observa. Por isso, a inclusão da inteligência artificial deve ser uma tendência para os próximos anos.
Para isso, porém, ele destaca que é preciso discutir a regulamentação da tecnologia, um debate que também precisará ocorrer no Brasil. O desafio nesse sentido, avalia ele, é que "a tecnologia sempre vai estar à frente das regras", o que dificulta o processo de criação de um arcabouço regulatório que não iniba a inovação mas também mitigue possíveis riscos.
Outro desafio que a área de inteligência artificial será a necessidade das empresas conseguirem adotar uma "aplicação horizontal" da tecnologia, combinando diferentes soluções para construir resultados melhores. "A grande sacada é trabalhar com outras empresas em todos os níveis e mostrar as soluções ao cliente. A gente quer liderar essa discussão, fomentar o ecossistema", afirma o presidente da Lenovo ISG.
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