CEO da Binance destacou a continuidade da adoção da tecnologia ligada aos criptoativos em 2022 (Bloomberg/Getty Images)
O CEO da corretora de criptoativos Binance Changpeng Zhao divulgou uma carta nesta segunda-feira, 2, em que analisou como o setor se comportou durante o ano de 2022, que classificou como de "resiliência". No texto, ele também compartilhou suas perspectivas para 2023 e alguns dados da exchange, incluindo o número atual de clientes.
Na carta, ele classificou 2022 como um ano "turbulento, mas não sem precedentes quando analisamos os dados". Ele destacou o colapso de gigantes do setor, incluindo Celsius, Voyager e FTX, mas disse que, mesmo com "crises e fracassos", está otimista.
"Embora isso possa parecer uma combinação ameaçadora de vários ventos contrários, nossa indústria ainda está em estágio inicial e não deve ser definida pelos desafios que enfrenta, mas pela maneira como os enfrenta", afirmou o CEO da maior corretora de criptoativos do mundo.
Ele ressaltou que o segmento demonstrou "notável resiliência e tenacidade" diante das crises, e lembrou que setores como de internet e bancário já passaram por problemas semelhantes, que serviram como "momentos de limpeza".
Para 2023, Zhao acredita que a indústria de criptoativos vai gerenciar as consequências da falência da FTX por "um longo período", com um esforço para mostrar que o ecossistema "não é definido por atores mal intencionados".
"No que tange a saúde do mercado, cada bear market [mercado de baixa] é melhor que o anterior e espero que a indústria se recupere relativamente rápido", disse. Mesmo assim, o CEO opinou que "é impossível prever o momento exato [e também bastante irrelevante]" em que o setor entrará em um novo mercado de alta.
"Ainda estamos sentindo os efeitos secundários em cascata no mercado, mas os preços das criptomoedas têm sido incrivelmente resilientes. Independentemente da recuperação acontecer dentro de um mês ou um ano, iremos definitivamente sair disso tudo como uma indústria exponencialmente mais forte", defendeu.
Zhao também revelou dados sobre a situação atual da corretora de criptoativos. Segundo ele, a Binance atingiu 7,5 mil funcionários de mais de 100 nacionalidades em 2022, e o número de clientes subiu para mais de 120 milhões.
Para o CEO, as taxas de adoção no setor, tanto por pessoas quanto por empresas, ainda mostra o "sucesso do setor" mesmo com desafios em 2022, já que a adoção à tecnologia blockchain "nunca parou".
"A demanda e o interesse em ativos digitais permanecem robustos e, com base nisso, o segmento continuará criando produtos e serviços altamente valiosos e aplicáveis", diz a carta. Ele destacou, ainda, o esforço do mercado para se enquadrar nas normas regulatórias de países para o setor.
Na visão de Zhao, "no último ano e meio, vimos um progresso substancial na criação de maior segurança regulatória para o setor de blockchain", e será preciso agora que o ecossistema de criptoativos "se concentre em proteger os usuários em primeiro lugar, mas também em inovar e construir de modo que a cripto e a Web3 tenham um papel mais amplo na vida cotidiana das pessoas".
"A nossa indústria criou uma série de produtos periféricos Web3 que demonstraram uma capacidade básica de fornecer utilidade aos usuários — desde NFTs até GameFi. Acredito que o próximo bull market [mercado de alta] virá da inovação sobre a forma como estes produtos são utilizados para criar funcionalidades únicas", opinou Zhao.
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