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Brasileiros adotam as criptomoedas e país se torna mercado líder na América Latina, afirma estudo

Pesquisa da Chainalysis revela os países que mais adotaram as criptomoedas em 2022; Brasil lidera na América Latina

Em 7º lugar no mundo, Brasil é o país mais bem colocado da América Latina no ranking (Madrolly/Getty Images)

Em 7º lugar no mundo, Brasil é o país mais bem colocado da América Latina no ranking (Madrolly/Getty Images)

Apesar da queda de quase 60% das principais criptomoedas em 2022 ter causado certo desânimo em investidores interessados na classe de ativos, sua adoção segue em níveis otimistas, conforme aponta um estudo divulgado pela Chainalysis nesta quarta-feira, 14. Na América Latina, o Brasil se destaca em nº1.

A terceira edição do Global Crypto Adoption Index, ou “Índice Global de Adoção Cripto” em português, colocou o Brasil em sétimo lugar no mundo entre os países que mais adotaram as criptomoedas em 2022. Da América Latina, o país é o mais bem posicionado no ranking, subindo sete posições desde a última edição da pesquisa.

(Mynt/Divulgação)

Nos primeiros lugares, ficam Vietnã, Filipinas, Ucrânia, Índia, Estados Unidos e Paquistão, respectivamente.

Veja a lista completa dos 20 países que mais adotam criptomoedas:

1. Vietnã
2. Filipinas
3. Ucrânia
4. Índia
5. Estados Unidos
6. Paquistão
7. Brasil
8. Tailândia
9. Rússia
10. China
11. Nigéria
12. Turquia
13. Argentina
14. Marrocos
15. Colômbia
16. Nepal
17. Reino Unido
18. Equador
19. Quênia
20. Indonésia

Desenvolvido pela Chainalysis, empresa norte-americana de análise em blockchain, o estudo utiliza uma metodologia exclusiva para determinar o nível de adoção da tecnologia blockchain e das criptomoedas em 154 países.

A justificativa apontada no estudo para a rápida escalada do Brasil no ranking, segundo a instituição, está ligada ao o alto volume de valores recebidos por serviços centralizados em detrimento do baixo volume de transações peer-to-peer (P2P).

A Chainalysis afirma ainda que o comércio P2P representa uma fração significativa de todas as criptomoedas utilizadas nos mercados emergentes, que dominam as primeiras posições.

“Esses países dominam o índice de adoção, em grande parte porque a criptomoeda oferece benefícios únicos e tangíveis para pessoas que vivem em condições econômicas instáveis”, justifica a pesquisa.

“Os usuários em países de renda média baixa e média alta geralmente confiam em criptomoedas para enviar remessas, preservar suas economias em tempos de volatilidade da moeda fiduciária e atender a outras necessidades financeiras exclusivas de suas economias”, acrescenta o documento.

Citando o padrão de classificação do Banco Mundial, o estudo separou os 20 primeiros colocados no ranking entre “renda média baixa”, “renda média alta” e “alta renda”. No último grupo, se enquadram apenas Estados Unidos e Reino Unido. O Brasil é classificado como “renda média alta”.

• Renda média baixa: Vietnã, Filipinas, Ucrânia, Índia, Paquistão, Nigéria, Marrocos, Nepal, Quênia e Indonésia
• Renda média alta: Brasil, Tailândia, Rússia, China, Turquia, Argentina, Colômbia e Equador
• Alta renda: Estados Unidos e Reino Unido

“Nos próximos anos, será interessante ver quais soluções o setor de criptomoedas pode criar para aumentar a adoção em países de alta e baixa renda”, afirma o documento.

A pesquisa também mostra que a volatilidade do mercado de criptomoedas exerce impacto no nível de adoção. Ou seja, quando há fortes movimentos de alta como ocorreu no segundo e no quarto trimestre de 2021, um número ainda maior de pessoas se interesse em investir.

O contrário também se aplica, principalmente no mercado de baixa de longa duração que atinge 2022. “Ainda assim, é importante observar que a adoção global permanece bem acima dos níveis de mercado pré-alta de 2019”, afirma o estudo, sobre os números de adoção deste ano.

“Embora o crescimento tenha se tornado mais esporádico com o início do último mercado em baixa, a adoção global permanece bem acima dos níveis que precederam o mercado em alta de 2020”, afirma a pesquisa.

Segundo a Chainalysis, muitos dos investidores que entraram para o setor em momentos de alta em 2020 e 2021 permanecem e continuam investindo parte significativa de seu patrimônio nos ativos digitais.

Ainda que a cotação apresente queda significativa, esta não representaria exatamente uma perda de dinheiro, já que grande parte deles não vendeu suas posições desde então.

“Grandes detentores de criptomoedas de longo prazo continuaram mantendo o mercado em baixa e, portanto, embora seus portfólios tenham perdido valor, essas perdas ainda não estão bloqueadas porque não foram vendidas - os dados do blockchain sugerem que esses detentores estão otimistas o mercado vai se recuperar, o que mantém os fundamentos do mercado relativamente saudáveis”, conclui o estudo.

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