Brasil lidera na adoção das criptos e 36 mi querem investir, diz pesquisa
Pesquisa demonstra que pessoas em toda a América Latina já querem investir em criptomoedas, e o Brasil pode liderar este movimento
Mariana Maria Silva
Publicado em 22 de março de 2022 às 15h14.
Última atualização em 22 de março de 2022 às 15h34.
A adoção das criptomoedas teve um rápido crescimento nos últimos anos, e na América Latina, ela pode aumentar ainda mais até 2023. O Brasil deve ser o líder deste movimento, de acordo com uma pesquisa da Sherlock Communications.
Realizada em março, a pesquisa entrevistou mais de 1.200 pessoas na Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, México e Peru, revelando um grande interesse da população latinoamericana em comprar criptomoedas.
No Brasil, mais de 25% dos entrevistados disseram que esperam comprar criptomoedas nos próximos 12 meses – um aumento de 91% em relação aos pouco mais de 13% da população que comprou uma moeda digital ou token até o momento. A porcentagem equivale a 36 milhões de brasileiros planejando comprar criptomoedas, com base em uma população estimada de 143 milhões de pessoas em idade ativa em 2022.
Depois dos brasileiros, os colombianos conquistam o segundo lugar entre os países mais suscetíveis a ter um aumento na adoção da tecnologia. 22,3% espera comprar alguma moeda digital ou token no próximo ano, um aumento de 208%, levando em consideração os 5,2% da população que já investe.
Enquanto o Brasil lidera em números, o Peru apresenta a maior velocidade quando o assunto é a adoção das criptomoedas. Por lá, 12% dos entrevistados dizem que comprarão criptomoedas no próximo ano, em comparação com apenas 1% que já comprou – um aumento de 1100%.
O México, com um aumento de 3,8% para 16,9%, e a Argentina, de 5,5% para 18,4%, também se destacaram na pesquisa. No Chile, 16% da população afirmou planejar a compra de moedas digitais nos próximos 12 meses, em comparação com os 5,2% atuais.
“Nossa pesquisa revelou que a América Latina está prestes a ter um grande aumento na adoção de moedas digitais em países de toda a região”, diz Patrick O'Neill, sócio-gerente da Sherlock Communications.
No entanto, a “falta de entendimento sobre como a tecnologia funciona” e a “necessidade de entender melhor como comprar” foram os dois obstáculos mais apontados pelos entrevistados para colocar na prática o seu desejo de investir em criptomoedas. Em todos os cinco países, metade dos entrevistados deu uma dessas respostas como um motivo que os impede de comprar criptomoedas nos próximos 12 meses.
Além disso, uma taxa muito alta de entrevistados em todos os países surpreenderam ao afirmar que “nunca tinham ouvido falar em blockchain”:
• Argentina: 89,2%
• Peru: 85%
• Chile: 80%
• México: 77%
• Brasil: 68%
Apesar de inspirar o otimismo com números expressivos de pessoas dispostas a investir em criptomoedas, a pesquisa demonstra que a falta de democratização ao acesso à tecnologia é uma questão que não pode passar em branco, segundo Luiz Hadad, consultor da Sherlock Communications. “Por mais que este relatório mostre que os latino-americanos acreditam que cripto e Web3 terão um papel importante em seus futuros financeiros, também mostra que há uma enorme lacuna educacional que está impedindo a população de dar o primeiro passo e de entrar no espaço cripto”, afirmou Hadad.
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