(Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 10 de novembro de 2023 às 09h30.
O Banco Central do Brasil está desenvolvendo uma moeda digital, chamada Drex. Com foco no atacado, o Drex pode servir como uma “nova etapa” da digitalização financeira no Brasil depois do Pix e o Open Finance. Já em fase de testes, muitas empresas colaboram com a autarquia em seu desenvolvimento.
Cesário Martins é fundador e CPO da LoopiPay, uma das empresas que participa de um consórcio no projeto piloto do Drex. Para ele, “a tecnologia blockchain vai permear todos os sistemas financeiros” e a “liquidação instantânea de ativos é a grande razão inicial do Drex”.
Cesário possui uma vasta experiência no universo da tecnologia e do empreendedorismo, estando entre os fundadores de outras empresas, como a Mobly e a Clickbus, além de uma experiência de dois anos em um MBA na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
“Quando eu estava fora foi quando interagi mais com ativos digitais e quando voltei para o Brasil criei a LoopiPay com esse foco, entre o final de 2021 e o começo de 2022. De lá para cá o que mudou muito no mercado foi exatamente a posição dos reguladores como Banco Central, CVM e Anbima em como a tecnologia resolve problemas reais do mercado financeiro tradicional. Os reguladores têm uma visão madura e detalhada da tecnologia e seus poderes de resolver os problemas”, contou em entrevista exclusiva à EXAME.
Ele acredita que o mercado financeiro tradicional ainda é “ineficiente”, com algumas exceções como o Pix e que no futuro a tokenização se disseminará de tal forma que os ativos de investimento já irão nascer em um ambiente digital. “Os ativos financeiros e reais vão ser emitidos em um blockchain e o usuário nem vai saber disso”.
“O que o Pix fez com o TED, o Drex vai fazer com a liquidação de títulos. Por exemplo: imagine que você precisa do dinheiro agora e quando você olha para os seus ativos você tem um título público federal e você quer vender porque precisa do dinheiro agora. Você precisa passar por um processo arcaico feito para tecnologias de anos atrás, o que demora, é ineficiente e caro. No Drex vai ser que nem o Pix, se quiser vender basta clicar, vender e transformar aquilo em dinheiro. Isso destrava um capital enorme no mercado financeiro, o que impacta em taxas menores”, explicou.
Pensando no usuário comum, o executivo ainda mencionou outros casos de uso possíveis no Drex que podem facilitar as transações interpessoais e garantir a sua segurança através da programabilidade da moeda digital.
“[No Drex], ao invés de pagar uma pessoa com um Pix, você paga um contrato, deixando as transações mais seguras. Exemplo: eu sou usuário final, tenho um carro tokenizado e quero vender. Coloco no smart contract e o comprador paga esse contrato, que irá fazer toda a gestão de lógica de uma forma super automática. As regras do que tem que acontecer uma vez que aquele pagamento é feito são programadas”, disse ele à EXAME.
A LoopiPay, empresa de Cesário, desenvolve uma solução no estilo “Drex as a Service” com a intenção de “transformar a entrada nessa tecnologia para deixar isso simples”. O executivo elogiou a abertura do Banco Central para as empresas do piloto e as novas tecnologias.
“As pessoas deveriam acompanhar o que está acontecendo e irem atrás de educação em mídias especializadas, porque eu acho que vai ser muito rápido. Assim como o Pix foi rápido em transformar os pagamentos, o Drex vai transformar a indústria financeira e o nosso dia a dia”, concluiu.
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