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Alta do bitcoin vai continuar? Entenda como decisão do Fed pode impactar o ativo

Banco central dos Estados Unidos definirá a taxa de juros do país nesta quarta-feira, com mercado de olho em sinalizações

Bitcoin pode subir ainda mais dependendo de anúncio do Federal Reserve (Reprodução/Reprodução)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 22 de março de 2023 às 10h58.

O bitcoin segue operando nesta quarta-feira, 22, acima da casa dos US$ 28 mil, no maior valor em nove meses. Entretanto, o dia promete novidades que deverão determinar o comportamento futuro do ativo, com possibilidade tanto de uma intensificação do seu atual movimento de alta quanto uma reversão e desvalorização. Por isso, os olhos dos investidores estão voltados para a reunião de juros do Federal Reserve.

De acordo com dados do CoinGecko, a maior criptomoeda do mercado acumula um crescimento de 1,2% nas últimas 24 horas, cotada a US$ 28.522. O mercado cripto como um todo opera na estabilidade, com ganho acumulado de 0,1% e valor de mercado acima de US$ 1 trilhão. Dentre os maiores projetos do segmento, o XRP segue como destaque, subindo 5,7%.

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O mercado opera com cautela, à espera da decisão de juros por parte do banco central dos Estados Unidos. As recentes falências bancos regionais e a crise do Credit Suisse geraram uma reversão nas previsões de investidores, que passaram a apostar em um Fed mais brando no combate à inflação. Agora, a previsão é de uma alta de 0,25 ponto percentual nesta reunião, segundo dados do CME Group.

Além da elevação em si, o mercado ficará atento às sinalizações da autarquia quanto aos próximos passos do ciclo de alta de juros. O mercado passou a esperar um corte na taxa já em setembro, e qualquer sinalização do Fed nesse sentido tende a beneficiar o bitcoin, as criptomoedas e outros ativos considerados de risco, incluindo o mercado de ações.

A última vez em que o bitcoin atingiu o nível de preço atual foi em junho de 2022, antes de uma intensa queda gerada pela junção do início do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos e problemas internos do segmento cripto. A criptomoeda acumula uma valorização de mais de 60% no ano. Além disso, o ativo supera outros investimentos mais tradicionais, como o ouro e o Ibovespa.

Alta do bitcoin

Especialistas têm apontado que um dos principais motivos para a valorização recente do ativo é a busca de investidores por alternativas seguras de investimentos e independentes em relação a intervenções de bancos centrais. Outros destacam também a perspectiva de que a crise bancária levará a um ciclo de alta de juros mais suave nos EUA, o que beneficia ativos considerados de risco.

Para a corretora de criptomoedas Bybit, caso o Fed confirme as expectativas do mercado, o bitcoin poderá chegar a patamares de preços como US$ 30 mil e US$ 32 mil. Entretanto, caso a reunião não siga as previsões, a exchange acredita que o ativo pode retroceder para um patamar inferior a US$ 25 mil, mas ainda acima de US$ 23 mil. Mesmo assim, no momento, ela diz que "é difícil imaginar um cenário de baixa", já que a cripto tem sido vista cada vez como uma reserva de valor.

Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, observa que "o Federal Reserve "terá que encontrar um equilíbrio" entre uma postura mais rígida e mais amena no combate à inflação, ao mesmo tempo mantendo o combate a ela e evitando contribuir com uma possível crise bancária em maior escala.

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