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Bitcoin chega a menor preço desde junho e cai abaixo de US$ 28 mil; entenda

Apesar de acumular ganhos de mais de 70% no ano, maior criptomoeda do mercado tem enfrentado correção em cenário incerto

Bitcoin valorizou mais de 70% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin valorizou mais de 70% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 17 de agosto de 2023 às 16h35.

O bitcoin opera em queda nesta quinta-feira, 17. Dados da plataforma CoinGecko mostram que a maior criptomoeda do mercado está com o menor preço deste 20 de junho, cotada a US$ 27.859. No acumulado das últimas 24 horas, ela registra uma queda de 4,4%.

O ativo tem tido dificuldade nas últimas semanas de superar a faixa dos US$ 30 mil e segue sendo influenciado, por um lado, pelas expectativas em torno do ciclo de alta de juros dos Estados Unidos e, do outro, sobre possíveis novidades na análise pela SEC de pedidos de ETFs de preço à vista da criptomoeda.

O desempenho negativo do bitcoin nesta semana também afeta o mercado cripto como um todo. Nas últimas 24 horas, o setor acumula uma perda de valor de 3,6%. Já o ether, segunda maior cripto, acumula uma desvalorização maior, de 4,8%, cotado a US$ 1.734.

Para Thiago Rigo, analista da Titanium Asset, a queda reflete principalmente a valorização nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos com vencimento de 10 anos. "Entre os principais motivos para essa valorização, estão as expectativas de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos, posicionamento mais agressivo em discursos de diretores do Fed, o tom mais duro da ata da última reunião e o fechamento de posições em certos investimentos na Ásia, principalmente na China", explica.

"O movimento de queda das criptomoedas hoje muito provavelmente foi incentivado por um leilão do Tesouro americano, realizado por volta das 12h. A alta dos títulos, logo após as vendas, evidencia que a demanda pelos papéis está alta no cenário atual de aversão a risco", diz o analista. Nesses cenários, ativos como as criptomoedas acabam perdendo investidores.

Correção no preço do bitcoin

Já Fernando Pereira, gerente de conteúdo da BitGet, destaca que o bitcoin parece estar passando por um movimento de correção de preço depois do "forte rali no mercado de renda variável em 2023", simbolizado pelo fato de que, mesmo com a queda, o ativo ainda acumula uma valorização acima de 70% no ano.

Ele lembra que o quadro tem sido negativo não apenas para as criptomoedas, mas para todo o mercado de renda variável, com sequências de queda tanto nas bolsas dos Estados Unidos quanto na do Brasil. "Fica claro que o dinheiro está fugindo de ativos de risco e indo para a principal moeda do mercado [o dólar], típico de um cenário de correção", pontua.

"Vemos o bitcoin fazer uma formação gráfica das mais conhecidas dos analistas técnicos, a cunha ascendente de baixa, um sinal de exaustão compradora e antecipação de aumento expressivo de oferta. Acho perfeitamente natural e aposto em uma queda do bitcoin para US$ 25.600 em um primeiro momento, podendo chegar até US$ 22.000 no pior dos casos", projeta.

Um dos fatores que pode influenciar nesse movimento, e até revertê-lo, é uma possível novidade na análise da SEC de pedidos para lançamento de ETFs de preço à vista da criptomoeda nos EUA. O regulador tem até a próxima sexta-feira, 18, para dar um parecer sobre um pedido de ETF da Greyscale.

A empresa deu sinais de confiança, com um post no X anunciando uma vaga de emprego voltada para a área de ETFs. Até o momento, porém, a aprovação é incerta, apesar do seu potencial de ajudar a impulsionar o mercado. Já uma rejeição do pedido tende a reforçar o pessimismo entre os investidores, e pode resultar em novas quedas.

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