Pausa estava ligada a uma conversão entre tokens na corretora de criptoativos que envolvia a USDC (Bloomberg/Getty Images)
A Binance anunciou nesta terça-feira, 13, que voltou a permitir os saques de USDC, uma stablecoin atrelada ao dólar, algumas horas depois de ter congelado a opção de retirada por parte de clientes. Anteriormente, a decisão feita pela maior corretora de criptoativos do mundo causou preocupação em parte do mercado.
"As retiradas de USDC estão online de novo. Obrigado pela sua paciência", disse a exchange em uma publicação no Twitter. Mais cedo, ela informou que a pausa estava ligada a uma conversão entre tokens que envolvia a stablecoin, demandando um congelamento temporário dos saques.
A decisão não afetou os depósitos envolvendo o criptoativo, segundo o CEO da Binance Changpeng Zhao. Ele destacou ainda que era possível realizar saques de outras stablecoins atreladas ao dólar, como o BUSD e o Tether (USDT).
CZ, como o empresário é conhecido, falou sobre o caso em um post no Twitter. Ele informou que a exchange teve "um aumento nos saques" de USDC nas últimas horas, mas que a operação demandava passar por um banco em Nova York que converte da stablecoin para dólar.
"Os bancos não abrem por mais algumas horas. Esperamos que a situação seja restabelecida quando os bancos abrirem", explicou o CEO. Ele observou ainda que a conversão do criptoativo para a moeda fiduciária "não tem margem ou alavancagem envolvidas".
"Tentaremos estabelecer canais de troca mais fluidos no futuro. Enquanto isso, sinta-se à vontade para sacar qualquer outra stablecoin", disse Zhao.
These are 1:1 conversions, no margin or leverage involved. We will also try to establish more fluid swap channels in the future. In the meantime, feel free to withdraw any other stable coin, BUSD, USDT, etc. 🙏2/2
— CZ 🔶 BNB (@cz_binance) December 13, 2022
Em resposta ao post, usuários no Twitter apontaram que a justificava apresentada por CZ era semelhante à dada pela FTX no início de novembro, quando informou uma lentidão no processamento de pedidos de saques de stablecoins.
"Os bancos estão fechados no fim de semana. A criação e saque de stablecoins pode ser mais lenta até que isso se resolva", comentou a corretora de criptoativos à época. Entretanto, o volume de retirada foi tão grande que a FTX enfrentou uma crise de liquidez, congelou saques e depois entrou em falência.
A Binance está enfrentando desde a noite de segunda-feira, 12, uma onda de saques por parte dos seus clientes. Até o momento, quase US$ 4 bilhões foram retirados da exchange. O movimento foi associado a temores após a Reuters informar que a empresa e o seu CEO podem ser processados nos Estados Unidos por crimes ligados a lavagem de dinheiro.
Autoridades norte-americanas apuram se a corretora de criptoativos foi usada para burlar regras sobre o tema. De acordo com a Reuters, os procuradores ainda estão divididos sobre entrar ou não com um processo tendo como base as informações coletadas até o momento.
À EXAME, a Binance disse que "pessoas depositam e sacam recursos todos os dias por diversos motivos diferentes. Os ativos do usuário na Binance são todos lastreados 1:1 e a estrutura de capital da Binance não tem dívidas. Mantemos saldos nas hot wallets (carteiras quentes, conectadas a uma rede) para garantir que sempre tenhamos fundos mais do que suficientes para atender às solicitações de saque e, conforme necessário, recompomos os saldos destas carteiras".
Segundo o analista Andrew Thurman, a corretora de criptoativos tinha até a segunda-feira uma quase US$ 65 bilhões em suas carteiras, tendo portanto uma capacidade maior de processar os saques sem enfrentar uma crise de liquidez como a da FTX.
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