Bélgica quer criar "rede blockchain comum" para países da União Europeia
País pretende incentivar projeto que criará infraestrutura digital para serviços públicos do bloco
Redação Exame
Publicado em 18 de dezembro de 2023 às 17h01.
A Bélgica anunciou que pretende incentivar a criação de uma rede blockchain comum para todos os países que fazem parte da União Europeia. A ideia é criar uma "infraestrutura digital" a partir da tecnologia, que passaria a abrigar os serviços públicos do bloco.
A partir de janeiro de 2024, a Bélgica vai assumir a presidência rotativa da União Europeia , ocupando o cargo até o fim do primeiro semestre. Com isso, ela terá o poder de estabelecer as prioridades de agenda do bloco, podendo impulsionar o avanço da iniciativa de blockchain.
Em entrevista ao portal CoinDesk Mathieu Michel, ministro de Digitalização do país, explicou que a rede poderia ser usada para armazenar diferentes tipos de dados, como carteiras de motoristas e escrituras de propriadores, podendo ser administrada pelos governos do bloco.
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Blockchain na União Europeia
Parte do projeto envolve a iniciativa de Infraestrutura Europeia de Serviços em Blockchain, a EBSI, que foi lançada em 2018 mas avançou pouco desde então. Agora, a Bélgica pretende retomar o projeto e ter avanços mais concretos. Ao menos oito países da União Europeia já apoiam o plano.
"Nos próximos meses, o que faremos é propor a outros países europeus que se envolvam no projeto ou que utilizem o projeto para aplicações práticas", explicou o ministro. Ao mesmo tempo, ele destacou a importância da criação casos de uso para blockchain e inteligência artificial como parte da "soberania digital" do bloco.
"Estamos realmente dando muita atenção à privacidade, mas também à transparência, ao controle dos dados. E com o blockchain, há um aspecto técnico que podemos ganhar. Poderemos ter, por exemplo, a interoperabilidade entre diferentes usos da tecnologia na França, Itália e Espanha", destacou.
Michel defende que a União Europeia já possui as regulamentações necessárias para o mundo dos criptoativos - com a aprovação do MiCA neste ano - e que por isso estaria na hora de estudar formas de "fazer um bom proveito dessas inovações digitais".
“Se olharmos para a soberania da Europa, não fomos os primeiros em conectividade. Não fomos os primeiros em serviços em nuvem. Aqui, com a tecnologia blockchain, poderíamos tentar ser os primeiros. Se não estamos adiantados, significa que já estamos atrasados", afirmou ainda o ministro.
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