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Repórter do Future of Money
Publicado em 19 de setembro de 2023 às 17h59.
Embora muito adotado por grandes economias como Estados Unidos, o bitcoin se destaca como uma alternativa em países que enfrentam crises econômicas. É o caso dos países da África Subsaariana, onde o uso e adoção da principal criptomoeda são os mais altos do mundo, segundo uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, 19, pela Chainalysis.
A região da África Subsaariana engloba 47 países e corresponde à parte do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara.
No Índice Global de Adoção de Criptomoedas do último ano, revelado recentemente pela Chainalysis, a Nigéria ficou em segundo lugar, atrás apenas da Índia no nível de adoção das criptomoedas. A taxa de crescimento é de 9% e o país está entre os seis únicos do mundo que apresentaram alta no volume de transações em cripto ano a ano.
Desde 2016, a Nigéria sofreu duas grandes recessões, alimentadas por uma situação política instável, pela pandemia da covid-19 e pelo colapso dos preços do petróleo. O Naira, que chegou a ganhar sua versão digital, desvalorizou e o interesse em bitcoin e stablecoins, criptomoedas de valor estável que acompanham o preço de determinado ativo, aumentou no país.
Outros países da região da África Subsaariana também enfrentam crises econômicas semelhantes, como o Quênia e a África do Sul. Gana, por exemplo, registrou uma inflação de 29,8% em junho de 2022, o nível mais elevado nas últimas duas décadas.
Os especialistas da Chainalysis apontam no estudo sobre a possibilidade da situação de crise ter incentivado a adoção do bitcoin na região. A principal criptomoeda é considerada por muitos o “ouro digital” graças ao seu potencial como reserva de valor e proteção contra a inflação.
Por motivos similares, as stablecoins também chamaram a atenção do povo subsaariano. Moyo Sodipo, cofundador e CPO da corretora de criptomoedas Busha, com sede na Nigéria, disse que o bitcoin e as stablecoins são os ativos preferidos de seus clientes. O estudo da Chainalysis também mostrou que o uso das corretoras cripto locais ainda supera o de empresas estrangeiras.
“Quando Busha ganhou popularidade por volta de 2019 e 2020, houve um grande frenesi pelo bitcoin. Muitas pessoas inicialmente não estavam interessadas em stablecoins. Agora que o bitcoin perdeu muito do seu valor, existe um desejo de diversificação entre bitcoin e stablecoins. No entanto, as mudanças no mercado não estão a atenuar a atividade. As pessoas estão constantemente à procura de oportunidades para se protegerem contra a desvalorização do Naira e o persistente declínio económico desde a covid-19”, disse Sodipo à Chainalysis.
Além disso, o comportamento do investidor da região também busca por oportunidades mais arriscadas de enriquecer com criptomoedas. Segundo Sodipo, além do bitcoin e das stablecoins, também há quem goste de investir em “criptomoedas do momento”, como as criptomoedas-meme.
“Nos dias em que o mercado despencou, também vimos um frenesi de compras. Depende da dinâmica do mercado naquele momento. Quando surge um novo memecoin, como Dogecoin ou Shiba [Inu], também ocorre um frenesi de compras. Alguém sempre estará interessado em um token que parece poder render os próximos milhares de dólares”, disse ele.
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