Chip Tegra 3, da Nvidia (Divulgação/Divulgação)
Repórter do Future of Money
Publicado em 26 de maio de 2023 às 10h54.
As ações da Nvidia fecharam na última quinta-feira, 25, cotadas em US$ 378,90 na bolsa de Nasdaq, próximas do seu maior valor da história e registrando uma valorização diária de 24%. No acumulado do mês de maio, a alta já ultrapassa os 40%. Por trás desse movimento, analistas apontam uma combinação de um resultado trimestral que surpreendeu o mercado e uma alta demanda pelos chips da empresa, usados no desenvolvimento de inteligência artificial.
Caso a alta continue, há chances da empresa superar um valor total de mercado na casa dos US$ 1 trilhão, se juntando a um grupo seleto de companhias na área de tecnologia que conseguiram esse feito, como Google e Meta. Atualmente, o market cap é de US$ 939 bilhões. Em entrevista à CNBC, o CEO da Nvidia atribuiu a valorização à demanda por GPUs, que se tornaram uma prioridade no mercado ao invés das CPUs, produzidas por empresas como Intel e AMD.
De acordo com dados do Yahoo Finance, o preço da última sessão se aproximou do recorde atingido pelas ações da empresa em novembro de 2021, quando elas chegaram a fechar cotadas a US$ 385. Naquele momento, os papéis tiveram uma forte correlação com o preço do bitcoin, que também chegou a um recorde na casa dos US$ 60 mil.
Os chips produzidos pela Nvidia são usados por mineradores da criptomoeda, e a demanda por eles disparou quando o preço do bitcoin começou a ter uma sequência recorde de alta, beneficiando também as ações da companhia. Quando o preço da criptomoeda voltou a cair e os Estados Unidos iniciaram um ciclo de alta de juros, os papéis devolveram esses ganhos.
Agora, porém, a empresa voltou a ser beneficiada pela alta popularidade de uma nova tecnologia. A demanda pelos chips produzidos pela companhia tiveram uma explosão de demanda, conforme o número de projetos com inteligências artificiais generativas cresce cada vez mais, assim como o uso deles por parte da população.
Em um relatório, analistas do Itaú BBA observaram ainda que a Nvidia divulgou um balanço referente ao seu primeiro trimestre de 2023 que "muitos investidores jamais esquecerão". A empresa superou as estimativas de receita, com um número 10% acima do consenso do mercado.
O principal destaque nos números veio no segmento de Data Center da companhia, que teve sozinho uma receita de US$ 4,28 bilhões, 9,5% acima do esperado pelo mercado. Para o Itaú, o resultado "indica uma robusta demanda por soluções de data center orientadas por IA da Nvidia e o forte posicionamento neste segmento de mercado".
A própria CFO da companhia, Collette Kress, atribuiu o resultado à demanda por produtos ligados ao desenvolvimento de inteligência artificial generativa. O novo cenário fez com que a empresa passasse a ter uma nova previsão de receita para o segundo trimestre, de US$ 11 bilhões, com a expectativa de que a demanda por esses produtos continuará crescendo. Se confirmado, ela seria 57,1% que o esperado pelo mercado.
Os analistas citaram ainda um "gerenciamento eficiente de custos" e uma "rentabilidade saudável" em múltiplos segmentos em que a Nvidia atua. Apesar dos chips para IA terem chamado mais atenção do mercado, os produtos da empresa voltados para jogos também superaram as estimativas de receita do mercado em 12,9%, mostrando "alta demanda".
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