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Ações de corretora cripto derretem após prejuízo de US$ 430 milhões

Coinbase, maior corretora cripto dos EUA, anunciou resultados do primeiro trimestre de 2021 e não agradou investidores; queda nos papéis passa de 65% no último mês

Desde o início do ano, a companhia já perdeu 78% de seu valor de mercado (Chesnot / Colaborador/Getty Images)
GM

Gabriel Marques

Publicado em 11 de maio de 2022 às 16h36.

Última atualização em 11 de maio de 2022 às 17h23.

As ações da corretora americana de criptomoedas Coinbase derreteram nesta quarta-feira, 11. Às 16h, a ação era negociada na Nasdaq a US$ 52,97, uma queda de 27% no dia. A queda vem após a divulgação dos resultados da empresa no primeiro trimestre fiscal de 2022, que não agradou os investidores: a companhia reportou prejuízo líquido de US$ 430 milhões.

Liberado na noite da terça-feira, o relatório também revela que a corretora, que é uma das maiores do mundo, teve faturamento de US$ 1,17 bilhão, bem abaixo da estimativa de analistas, que previam cerca de US$ 1,48 bilhão. O número também representa uma queda de 27% na comparação ano a ano.

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-(Mynt/Divulgação)

Quase todas as frentes de negócio da maior corretora de cripto dos EUA apresentaram queda: o fluxo de usuários mensal caiu de 11,4 milhões no último trimestre fiscal do ano passado para 9,2 milhões no primeiro trimestre de 2022, enquanto o volume total de negociação teve queda de US$ 547 bilhões para US$ 309 bilhões, no mesmo período.

A área da exchange que mais queimou caixa foi a de compliance, que lida com os órgãos reguladores. As despesas foram de US$ 1,72 bilhão, na primeira vez em que o valor foi maior do que a receita da empresa, desde que ela começou a ser negociada publicamente em bolsa. “Isso é importante para nós, porque ajuda a solidificar nosso relacionamento com nossos clientes e reguladores, é outra parte da operação que é importante”, disse Emillie Choi, COO da corretora, durante a conferência dos resultados.

A empresa, no entanto, se mostrou pouco preocupada com os números e continua confiante em seu futuro e no futuro da tecnologia blockchain, que sustenta os criptoativos. “Acreditamos que essas condições de mercado não são permanentes e continuamos focados no longo prazo”, disse a companhia em sua carta aos acionistas, liberada junto com o demonstrativo financeiro. Enquanto continuamos investindo e melhorando nossa plataforma principal de investimentos, a era das aplicações de cripto está diante de nós, liderada pelos NFTs e as finanças descentralizadas, estamos cada vez mais focando nossos esforços nessas oportunidades de mercado”, completou a empresa.

As ações da Coinbase são das que mais sofreram até agora no ano — com a inflação americana nas alturas, a maior nos últimos 40 anos, ações de empresas de tecnologia têm sido extremamente penalizadas, já que o Fed deve continuar subindo as taxas de juro para ajudar a contê-la, o que, por sua vez, provoca fuga de capital em mercados de risco. Junte a isso a queda de preços no mercado cripto, e a COIN (código de negociação das ações da Coinbase) foi duplamente penalizada.

Desde o início do ano, a companhia já perdeu 78% de seu valor de mercado. Durante o último mês, quando o mercado cripto viu uma forte correção, que dura até hoje, na qual o bitcoin chegou a valer menos que US$ 30 mil pela primeira vez em mais de um ano, as ações da corretora derreteram 65%, bem distante da sua máxima histórica de US$ 368.

Diversos relatórios e análises de bancos de investimento dos EUA cortaram o preço-alvo para Coinbase e demonstraram dúvidas sobre sua capacidade de entregar resultados no futuro. “A receita foi abaixo do esperado em todas as categorias, enquanto as despesas cresceram mais rápido do que o antecipado, levando o resultando bastante para baixo”, escreveu um analista do maior banco do mundo, o JPMorgan, que cortou o preço-alvo da ação de US$ 258 para US$ 171.

O Goldman Sachs, outro dos principais bancos de investimento do mundo, rebaixou a ação do status de compra para neutro, explicando que é pouco provável que a Coinbase volte a ser rentável em um futuro próximo. “Em um cenário no qual o mercado está focado em capacidade de gerar lucros, risco de uma recessão, e o fim de uma exuberância causada pela pandemia em negociações do varejo, acreditamos que as ações COIN vão ter dificuldades em performar melhor do que a média no curto prazo”, escreveu o analista.

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