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5 comunidades brasileiras para aprender sobre Web3, a nova fase da internet

O ecossistema brasileiro da Web3 é composto de diferentes coletivos, que fomentam conhecimento, engajamento e crescimento para seus membros

(Reprodução/Reprodução)
Cointelegraph

Agência de notícias

Publicado em 22 de abril de 2023 às 11h00.

O mercado de criptomoedas evoluiu rapidamente nos últimos cinco anos, com o crescimento acelerado de setores como finanças descentralizadas e Web3, a nova fase da internet que engloba blockchain e criptoativos. Apesar da diversidade de novos serviços disponíveis, a quantidade de conhecimento a ser absorvido pode espantar investidores novatos. A solução encontrada por muitos é se juntar a comunidades com interesses alinhados.

De exchange para comunidade na Web3

Robson Harada, CMO do Mercado Bitcoin (MB), avalia que a importância de se juntar a uma comunidade na Web3 se encontra na premissa do ecossistema, que se organiza ao redor de coletivos.

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“Todos os grandes projetos que deram certo, que vingaram, como Bitcoin, Ethereum e projetos mais parrudos da Web3, são ancorados em comunidades”, diz Harada. Ele acrescenta que, por isso, o Mercado Bitcoin criou sua própria comunidade no Discord. “Reforça o nosso propósito de não fazer só a ponte entre Web2 e Web3, mas também criar laços com os usuários nativos da Web3.”

Além disso, Harada afirma que a comunidade do MB frequentemente colabora com outras comunidades da Web3. Na visão do CMO da exchange, uma comunidade só cresce no ambiente descentralizado ao receber respaldo de outros coletivos.

Sobre a organização da comunidade do MB, Harada explica que existem duas áreas: uma completamente aberta ao público, e outra fechada, cuja entrada depende da aquisição de um passe em NFT. Ele afirma que a agenda da área aberta é “bem completa”.

“Temos o Call Crypto toda terça-feira, com o nosso time de research, para falar e debater sobre os recentes acontecimentos do mercado. A gente também levou o Crypto Talks, que era um evento interno do MB com especialistas da casa para discutir temas mais profundos sobre cripto, mas abrimos para toda a comunidade às sexta-feiras. Temos também uma área de research para divulgar relatórios em primeira mão, e uma área dedicada a traders.”

O CMO do Mercado Bitcoin diz ainda que, além dos serviços já oferecidos ao público, a empresa iniciará a realização de meetups, também abertos ao público. Já na área reservada aos detentores dos passes em NFTs, há uma “camada mais profunda de engajamento”.

“Temos um chat específico para esses membros, temos um curso gratuito da Blockchain Academy, além de cinco vouchers de 50% de desconto para o usuário dividir com seus amigos. Além disso, há também o acesso a uma carteira recomendada pelo André Franco, e uma reunião mensal para discutir carteiras e estratégias. Também vamos realizar em breve uma reunião para coletar feedback dos membros da comunidade sobre quais benefícios eles querem que estejam presentes.”

Para entrar na comunidade do MB, Harada afirma que basta ir até a página oficial e aceitar o convite para o Discord. Ele diz que, além dos conteúdos envolvendo criptomoedas, há também um tutorial sobre Discord para usuários que nunca tiveram contato com a aplicação.

Jornal descentralizado

A Bankless Brasil DAO é mais uma comunidade conhecida do ecossistema de criptoativos. Guiriba, pesquisador do mercado cripto e membro da Bankless Brasil, avalia que a maior vantagem de integrar uma comunidade é a participação gratuita. “Dá pra ajudar em projetos, criar iniciativas próprias e até interagir com pessoas de outros países dentro destas comunidades Web3”, diz.

Sobre a organização do coletivo, Guiriba afirma que a Bankless Brasil oferece a oportunidade de pessoas ajudarem a construir uma organização descentralizada, voltada para mídia. Ele compara as publicações com um jornal que é gerido pela comunidade.

“Os membros conseguem conhecer pessoas que já estão no mercado e têm a experiência de trabalhar numa DAO, com ferramentas utilizadas por organizações de fora do país.Para coordenar todas as atividades, usamos o Discord, onde conversamos e realizamos calls de vários ‘setores’: marketing, jurídico, escrita, entre outras”, explica.

A comunidade é aberta ao público, e basta entrar no servidor do Discord. Basta se apresentar e começar a interagir com outros membros da comunidade, diz Guiriba.

Comunidade para programadores

O ecossistema brasileiro da Web3 conta também com coletivos focados em auxiliar o crescimento de desenvolvedores. É o caso da WEB3DEV, da qual Daniel Cukier faz parte. Na visão de Cukier, juntar-se a uma comunidade facilita o acesso a conteúdos, o compartilhamento de conhecimento e impulsiona o crescimento dos membros.

“Acreditamos que a educação é um direito fundamental de qualquer pessoa, e a comunidade WEB3DEV torna isso acessível. Aprender sobre Web3 pode ser desafiador para quem está começando mas, com a comunidade, fica mais fácil tirar dúvidas, compartilhar experiências e ter bootcamps gratuitos”, afirma Cukier.

A comunidade voltada para desenvolvedores que querem entrar na Web3 realiza lives com frequência, com o objetivo de criar conteúdo sobre a Web3. Além disso, também há suporte através do servidor do coletivo no Discord, e são realizados eventos, presenciais e online.

“Tivemos o primeiro evento da WEB3DEV no Rio de Janeiro, e agora pretendemos continuar juntando a comunidade em diferentes estados no Brasil e, possivelmente, quem sabe, começar a expandir a WEB3DEV para mais países. O diferencial é poder fazer parte de uma comunidade que pode te recompensar com incentivos, para que você ensine sobre Web3 a outras pessoas. É por isso que nossa comunidade não para de crescer.”

Assim como as outras comunidades listadas, a WEB3DEV também é aberta ao público, bastando apenas entrar no servidor do Discord dedicado ao coletivo. Há também uma página dedicada a desenvolvedores que querem ser recompensados por aprender sobre a Web3.

De mulheres para mulheres

A presença das mulheres no mercado cripto ainda é pequena em comparação ao público masculino. Dados da 6ª Edição do Raio X do Investidor apontam que apenas 1% das mulheres investem em ativos digitais, contra 5% dos homens. Isso não significa, no entanto, que não existem iniciativas relevantes lideradas por mulheres.

A EVE é uma comunidade brasileira focada no público feminino da Web3. Cintia Ferreira, fundadora do coletivo, diz que o foco consiste em disseminar a descentralização e fomentar o ecossistema da nova economia, com objetivo final de democratizar o acesso às novas tecnologias.

A comunidade também é aberta ao público, devido à sua base no modelo de organização autônoma descentralizada (DAO, na sigla em inglês). As decisões são tomadas através de votações, das quais participam os detentores do token de governança do coletivo. Para se tornar parte integrante, basta acessar o site da EVE.

“Qualquer pessoa pode participar, através dos nossos eventos online e presencial e principalmente no nosso Discord”, diz Ferreira. “Fazemos vários tipos de evento, principalmente educacional, com o intuito de levar conhecimento sobre a Web3 para todos. Informamos desses eventos na nossa newsletter e nas nossas redes sociais”, completa.

Identidade digital

A Nouns é uma comunidade internacional focada em identidade digital, escalável para uma comunidade digital. Ela conta com uma versão brasileira, a NounsBR, da qual Guiriba também faz parte. Na NounsBR, ele afirma que é possível ajudar pessoas começando na Web3, e que estão interagindo com uma DAO pela primeira vez.

“Sabemos que entrar no Discord e aprender essas ‘coisas de Web3’ são difíceis, então, ter uma comunidade brasileira falante de português para ajudar nesse início é fundamental. Além disso, ajudamos também as pessoas a submeterem propostas na NounsBR DAO, ou outras comunidades da Nouns que sejam interessantes para elas”, afirma Guiriba.

A ideia é facilitar não só a entrada na Web3 de novas pessoas, mas também permitir que esses novos usuários aprendam formas de trabalhar e financiar seus projetos através de DAOs. A NounsBR é aberta ao público, e conta com um servidor dedicado no Discord.

“Realizamos calls semanalmente, nas quartas-feiras, às 20h, e também temos uma call de onboarding nas terças-feiras, às 19h. Basta dar um alô e as pessoas lhe receberão para explicar como é a comunidade e como ela pode contribuir”, conclui Guiriba

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