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3 tendências para o futuro da inteligência artificial generativa, segundo Amy Webb

Futurista acredita que combinação da IA com outras tecnologias está acelerando inovações, impactando a sociedade e a economia

Amy Webb é uma das mais famosas futuristas do mundo (Febraban Tech/Divulgação/Divulgação)

Amy Webb é uma das mais famosas futuristas do mundo (Febraban Tech/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 27 de junho de 2024 às 16h15.

Última atualização em 28 de junho de 2024 às 10h43.

A famosa futurista Amy Webb apresentou nesta quinta-feira, 27, durante a Febraban Tech 2024 suas três grandes apostas para o futuro da inteligência artificial generativa. Em sua fala, a especialista em novas tecnologias destacou que há um "superciclo tecnológico" em andamento que tem acelerado o processo de inovação e disrupção, tanto na economia quanto na sociedade.

Ao explicar seu trabalho, Webb comentou que busca por "sinais e tendências que estão influenciando o futuro, e aí usamos as informações para modelar e quantificar tendências de longo prazo. Quando combinamos tendências com incertezas, tem cenários que indicam como o futuro poderá ser, mas aí precisa entender o que é plausível para a empresa e seu mercado".

A especialista compartilhou a avaliação de que a humanidade passa por um superciclo tecnológico inédito, em que três tecnologias - inteligência artificial, sensores e biotecnologia - estão se combinando para impulsionar e acelerar as mudanças na economia e na sociedade.

"No passado, superciclos econômicos envolviam apenas uma tecnologia, mas agora essas tecnologias estão convergindo em uma grande roda, cada avanço ajuda o outro e vai impulsionando. Uma roda que vai girando e vai criando novos valores para os consumidores, utilidade e padrões de crescimento. É um superciclo de tecnologia, inédito", explicou.

"As três se conectam com todas as outras tecnologias que existem, e com todos os setores, com todos os aspectos da nossa vida. É uma mudança potente, abrangente, que vai mudar a vida humana de formas incríveis e preocupantes", diz. O resultado é o que ela chama de Geração T, de "transição", formada por todas as pessoas.

E, especificamente no caso da inteligência artificial, Webb compartilhou o que acredita serem as três grandes tendências para a área nos próximos anos.

Geração automática de recuperação

Webb explica que, atualmente, os modelos de inteligência artificial generativa (os LLMs) oferecem, uma "assistência persistente": para obter boas respostas, é preciso realizar um trabalho manual, obstinado, refinando respostas genéricas que muitas vezes são entregues por essas ferramentas.

Falta, portanto, algo "mais específico, personalizado". Para a futurista, a resposta está na chamada geração automática de recuperação (Retrieval Augmented Generation - RAG, em inglês), que permite customizar modelos de inteligência artificial e transformá-los em verdadeiros "assistentes pessoais".

"O LLM trabalha mais, mas é geral, para dar valor para uma companhia precisa ser específico. É difícil construir isso devido à privacidade, e aí RAG supera isso ao conectar LLMs com fontes externas. Com isso, consegue usar esses modelos localmente. É algo que vai começar no mundo dos negócios até chegar aos consumidores", projeta.

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Embedded AI

Outra tendência apontada por Webb é a chamada "embedded AI", ou inteligência artificial integrada. A previsão da futurista é que os atuais modelos de IA "não vão ter mais dados novos de boa qualidade para usar no seu treinamento em até dois anos, o que vai desacelerar o crescimento desses modelos".

"A IA não pode interagir com os humanos enquanto aprende, falta um modelo do mundo real. Ou seja, ela precisa de mais dados, mas de mais tipos de dados. Os LLMs não são suficientes por causa disso. Precisa de dados visuais, sensoriais, de experiências", diz.

O resultado será o que Webb chama de Large Action Models (LAMs), ou Grandes Modelos de Ação, que serão capazes de dividir tarefas complexas em menores. Para isso, porém, será necessário que as empresas tenham "milhões de sensores, nas pessoas, ao redor delas, para obter dados".

A tendência, segundo Webb, é que ocorra a "morte da privacidade", conforme avança um "ecossistema de connectables, aparelhos interconectados que trocam informações para facilitar e alimentar o desenvolvimento de IA. Vai ser uma explosão cambriana de aparelhos, incluindo os idiotas que não precisamos, além de um possível desaparecimento progressivo da tela dos aparelhos".

Software sob demanda

A última previsão de Webb envolve os chamados softwares sob demanda, ou "software on demand". A futurista explica que, hoje, as empresas estão limitadas em relação ao número de softwares disponíveis, demorando para implementá-los e, muitas vezes, precisando lidar com o fato de que, ao terminar o processo, eles já estarão desatualizados.

É o que ocorre, por exemplo, com a indústria jornalística ou com a de saúde. Entretanto, Amy Webb acredita que a inteligência artificial generativa vai mudar esse cenário, permitindo que empresas e usuários criem seus próprios softwares com "agilidade e velocidade, facilitando a criação de sistemas personalizados".

Por isso, a futurista projeta que "90% dos softwares que usamos hoje ainda não foram escritos".

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