No Brasil, quem tem o maior número de fãs, considerando-se as cinco plataformas, é o Flamengo (David S. Bustamante/Soccrates/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 6 de setembro de 2023 às 16h18.
Última atualização em 6 de setembro de 2023 às 20h51.
O Real Madrid tem, sozinho, 135 milhões a mais de seguidores nas redes sociais do que todos os times do Brasileirão de 2023. Enquanto o clube espanhol possui 359,8 milhões de seguidores no Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), YouTube e TikTok, as agremiações do futebol brasileiro, juntas, são seguidas por 224 milhões de pessoas.
No Brasil, quem tem o maior número de fãs, considerando-se as cinco plataformas, é o Flamengo. Os cariocas somam 55,8 milhões de seguidores, o que equivale a apenas um sexto do que o Real Madrid possui.
"É nítido que as redes sociais do Flamengo vêm crescendo de forma acelerada e que o clube vem realizando um bom trabalho. Porém, se comparado a equipes como Real Madrid e Barcelona, a diferença ainda é muito grande. Isso acontece porque ambos realizam um trabalho efetivo de internacionalização das marcas há décadas", explica Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.
Entre os clubes da Série A, depois do Flamengo, o segundo e o terceiro lugar do ranking são ocupados por Corinthians (34,9 milhões) e São Paulo (20,9 milhões). Palmeiras (18,1 milhões) e Santos (12,6 milhões) completam o Top 5.
“Por mais que os números ainda sejam baixos, é preciso destacar que, nos últimos anos, houve uma mudança na forma com que os clubes brasileiros lidam com a gestão de suas marcas. Antes, quase não se pensava no mercado internacional. Hoje, muitos já dialogam com o público estrangeiro e trabalham o fortalecimento da imagem da instituição em outras nações”, analisa Bernardo Caixeta, gerente de marketing e relações esportivas da Penalty.
Já Renê Salviano, CEO da Heatmap, empresa especializada em marketing e patrocínio esportivo, chama a atenção sobre a importância do conteúdo que será postado, bem como as estratégias que serão usadas. “É claro que o número de seguidores nas redes sociais é um ativo muito importante. Mas isso não significa que todos esses seguidores vão engajar os conteúdos produzidos pelas equipes. É preciso pensar em conteúdos de qualidade, produzidos no timing certo e no momento ideal para o torcedor. Assim, o resultado será proveitoso para ambos. Além disso, é cada vez mais necessário buscar uma monetização de forma inteligente nas redes, fazendo uso das imagens dos atletas e explorando outros ativos”, observa.
Na Espanha, a rivalidade entre Real Madrid e Barcelona também se estende para as redes sociais. O Real tem mais seguidores no Instagram, no Facebook, no TikTok e no X (Twitter), já o Barça fica à frente no YouTube. Na soma geral, a vitória é dos madrilenhos.
Ao todo, o Real possui 359,8 milhões de fãs nas cinco redes citadas, com 29,9 milhões a mais do que o Barcelona, que tem 329,9 milhões.
Thiago Abreu, fundador da Agência Amithiva, empresa de publicidade, explica que há diferença para o tipo de público de cada uma das plataformas: “O usuário do Twitter [X] é diferente daquele que utiliza o Instagram. Eles podem até ser a mesma pessoa, mas o comportamento muda. No Twitter [X], o usuário busca mais informações, quer mais algo em tempo real do que um vídeo, por exemplo. Enquanto um público quer consumir notícia rápida, o outro prefere algo que o aproxime mais do seu ídolo ou que gere curiosidade sobre a história do clube”.
Se com os gigantes não há como competir, com outras equipes tradicionais os números parecem mais igualitários. O Atlético de Madrid, por exemplo, possui nas cinco redes 47 milhões, o que, no Brasil, lhe renderia a segunda posição do ranking. O Sevilla, sete vezes campeão da Liga Europa, contudo, soma 12,4 milhões e ficaria na sexta posição.
“Apesar das recentes conquistas continentais do Sevilla, a Liga Europa impacta muito menos que a Liga dos Campeões. Além disso, trata-se de um time local, com torcida concentrada na Andaluzia, onde ainda divide espaço com o Real Betis. Logo, não diria que o Sevilla gera pouco interesse, e sim, acredito que o time tenha a envergadura digital proporcional ao seu tamanho”, observa Armênio Neto, especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let!sGoal.
Total geral: 224.047.600