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Pré-temporada nos Estados Unidos ajuda a internacionalizar a marca de um clube? Especialistas opinam

Cinco equipes já tem confirmações de viagem para a Florida, em janeiro de 2025

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 13h59.

Última atualização em 14 de janeiro de 2025 às 14h00.

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Alguns clubes brasileiros já estão anunciando suas pré-temporadas, programadas para janeiro de 2025, para os Estados Unidos, mas especificamente na Florida, tradicionalmente um lugar com grande quantidade de brasileiros e latinos.

Com um calendário cada vez mais apertado e com as novas regras impostas pela CBF para esse tema durante a semana, as equipes tem buscado alternativas e tentado se programar dentro da logística envolvendo os campeonatos estaduais, programado para começar em 12 de janeiro.

Cinco clubes já confirmaram a viagem aos Estados Unidos para janeiro: Flamengo, Cruzeiro, São Paulo e Atletico-MG, que jogarão a FC Series, e o Fortaleza, para a disputa da Orlando Cup - Pro Series.

"Estamos muito orgulhosos com esse anúncio internacional. O Fortaleza já tem uma carreira consistente na América do Sul, desde 2020 acumulando participações na Sulamericana e Libertadores da América, e agora chegou a vez de tremular nossa bandeira e entrar em campo nos Estados Unidos. Será uma ótima oportunidade não só para trocar experiências, mas também para expandir a imagem do Fortaleza para o mundo, internacionalizar a marca, e criar novos torcedores ao jogar em um dos países-sede da próxima Copa do Mundo, em 2026", explica Marcelo Paz, CEO do Fortaleza EC SAF.

No Brasil, o tema internacionalização sempre esteve em debate. Seja por causa do lançamento de lojas oficiais por meio das marcas de materiais esportivos em outros continentes, seja pela participação em amistosos ou competições internacionais.

"Acredito que é uma maneira de os clubes explorarem institucionalmente e comercialmente seus ativos. Não é apenas com isso que ele se tornará mais ou menos conhecido fora do país, mas ajuda, principalmente se bem trabalhada as ativações envolvendo também os atletas, além, é claro, de um conteúdo bem executado nas redes sociais", pontua Claudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management Brasil, empresa especializada no gerenciamento da carreira de atletas.

Nesta semana, um estudo da Global Fan Report, realizado pela consultoria Censuswide e encomendado pelo Grupo Chiliz, somente 2,96% dos fãs de futebol de estrangeiros consideram um clube brasileiro como o seu favorito, enquanto 87% dos torcedores brasileiros demonstram interesse por clubes de fora do país, com 21% tendo uma equipe do exterior como sua principal.

Especialistas em gestão e marketing esportivo analisam a importância da internacionalização para clubes e marcas com transmissões internacionais, e se a exibição em mercados da Europa e Ásia podem ajudar a expandir ainda mais não apenas o produto brasileiro, mas os patrocínios que o acompanham.

"Os torneios de pre-temporada nos Estados Unidos são importantes para os clubes brasileiros, não necessariamente por conta do público norte-americano, mas pelas oportunidades que surgem de confrontar alguns dos principais clubes europeus, e até mesmo marcas de renome mundial. São alguns dias nos quais o noticiário dos principais mercados, ainda que os tratando como figurantes, menciona os clubes brasileiros", afirma Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil.

Para alguns especialistas, a internacionalização da transmissão do futebol brasileiro, como negócio, passa por alguns pilares, e não somente o fato de um clube viajar para disputar torneios ou fazer pré-temporadas vai fazer com que ele fique mais ou menos conhecido.

"Estamos atrasados há mais de 50 anos. Imaginem o quanto sofremos com essa questão, perdendo bilhões de reais em receita para os clubes, valorização do nosso futebol e visibilidade dos nossos atletas. É só olhar para o que fizeram os clubes ingleses nas últimas cinco décadas. Somente nesses últimos anos conseguimos algo tão simples, que é transmitir os jogos para outros países, e isso é o principal para a internacionalização da marca. Vejo como uma ação muito importante este tipo de pré-temporada, mas transmitir os nossos jogos para os seis continentes é algo imprescindível", observa Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

“Mercadologicamente soa bonito quando um clube de futebol informa que fará a pré temporada no exterior? Sem dúvida, mas na realidade participar de uma pré temporada isoladamente sem um planejamento de médio e longo prazo de ações que vise a internacionalização da imagem do clube, não agrega nada de relevante a imagem do clube", analisa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

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