Esporte

Major League Soccer vai ter produtos licenciados no Brasil

Especialistas apontam o que isso pode mudar na relação com o público brasileiro

O acordo foi firmado com a empresa Destra, que já possui projetos envolvendo a NFL

O acordo foi firmado com a empresa Destra, que já possui projetos envolvendo a NFL

Antonio Souza
Antonio Souza

Repórter da Home e Esportes

Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 13h30.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2024 às 13h42.

A Major League Soccer (MLS) vai começar a ter produtos licenciados no Brasil, a partir deste ano. O acordo foi firmado com a empresa Destra, que já possui projetos envolvendo a NFL, além de milhares de cases de licenciamento em diversos mercados, entre eles de Barcelona, PSG, Manchester City, Juventus e Bayern de Munique. Em 2023, estima-se que a venda de produtos licenciados somente com esses clubes chegou a R$ 500 milhões em vendas.

O mercado norte-americano é visto como um alto potencial nos próximos anos, já que o país receberá quatro eventos de grande porte em sequência, casos da Copa América, em 2024, o Mundial de Clubes da Fifa, em 2025, a Copa do Mundo, em 2026, e os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. O país ainda concorre ao pleito da Copa do Mundo Feminina, junto com o México, para 2027.

Um dos principais investimentos da liga americana deu início em 2023, com a ida de um dos maiores jogadores de todos os tempos, Lionel Messi, para o Inter Miami. Nesta temporada, quem o acompanhou foi o atacante Luís Suárez.

Para especialistas, a comercialização de produtos licenciados da Major League Soccer no Brasil pode mudar bastante a relação com o público brasileiro, parecida com o movimento que aconteceu com a venda de produtos de clubes europeus.

“Tão importante quanto a distribuição de conteúdo, através de canais que transmitam a competição e redes sociais no idioma local do país que busca-se a expansão, é a criação de diversos pontos de contato com o fã. Produtos licenciados são mais um ponto de contato importante para aproximar a MLS dos fãs brasileiros e trazem consigo a oportunidade de monetizar tal paixão”, afirma Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

"A MLS ganhou grande visibilidade a nível mundial com a contratação do Messi. A camisa do Inter Miami, por exemplo, virou objeto de desejo. O planejamento estratégico de expansão da liga deve aproveitar o “boom Messi” no curto prazo, e estar ancorado em um planejamento estratégico bem elaborado de médio e longo prazo para ter alguma chance de competir com as principais ligas europeias", aponta Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

"Penso que será um projeto bem sucedido, ainda que com uma enorme discrepância de vendas entre os membros da liga. Se os norte-americanos não possuem clubes associativos como os nossos, e suas equipes não têm qualquer relevância histórica ou cultural, seguindo o modelo de outros esportes, todos eles "carregam" os nomes das suas cidades, e essas são as marcas relevantes. Claro, um atleta como Messi potencializa ainda mais a associação com qualquer cidade, mas as principais cidades norte-americanas estão em nosso imaginário, e associadas ao futebol, a moda casual, das ruas, terão sucesso garantido", explica Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil. A empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, se tornou acionista majoritária e controladora da TFM Agency, companhia com mais de vinte anos de experiência no futebol mundial e que administra a carreira de centenas de atletas.

"Quando se tem franchising players como Messi e Suarez somados a jovens em potencial, elevando o nível de jogo da liga, abrir novos mercados e horizontes é fundamental. É nítido o interesse da MLS no mercado sul-americano quando vemos tanto movimentos como contratações de jovens jogadores quanto o olhar pra força de consumo, na criação de produtos exclusivos pra esses mercados. E o Brasil, como principal economia da região, tende a ser visto com grande relevância nesse movimento", complementa Bruno Brum, CMO da Agência End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

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