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Espanha e França vão transmitir dois jogos do Campeonato Brasileiro por rodada

Acordo faz parte das tratativas junto a 1190 Sports, responsável pelos direitos internacionais

Campeonato Brasileiro: acordo contempla a exibição de dois jogos por rodada em cada um dos países (Fernando Torres/CBF/Agência Brasil)

Campeonato Brasileiro: acordo contempla a exibição de dois jogos por rodada em cada um dos países (Fernando Torres/CBF/Agência Brasil)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 24 de outubro de 2023 às 18h28.

A Espanha e a França serão os novos países a transmistir os jogos do Campeonato Brasileiro, após acordo feito pela 1190 Sports, detentora dos direitos internacionais do Campeonato Brasileiro. Para o público espanhol, a transmissão foi negociada diretamente com a LaLiga+, enquanto que para os franceses, a transmissão pela DAZN.

O acordo contempla a exibição de dois jogos por rodada em cada um dos países. Na Espanha, a narração será em espanhol, e na França, a negociação foi pela narração em inglês ou francês.

Além da transmissão ao vivo, os acordos também estipulam alguns conteúdos extras, como melhores momentos, entrevistas e vídeos dos clubes.

Responsável pelos direitos internacionais de transmissão do Brasileirão desde agosto de 2020, a 1190 Sports exibe a principal competição nacional para mais de 150 países, com uma audiência de mais de 650 milhões de pessoas. Em sua quarta edição internacional, já foram transmitidos partidas em 13 idiomas diversos, com assinantes em mais de 90 países.

Especialistas analisam a importância da internacionalização para clubes e marcas com transmissões internacionais

Especialistas em gestão e marketing esportivo analisam a importância da internacionalização para clubes e marcas com transmissões internacionais, e se a exibição em mercados como Espanha e França pode ajudar a expandir ainda mais não apenas o produto brasileiro, mas os patrocínios que o acompanham.

"O futebol brasileiro evoluiu como indústria nesses últimos anos, e a consequência disso foi a expansão da internacionalização de seu principal produto em centenas de países. Isso traz valorização e retorno aos clubes e suas marcas, mas ainda existe um longo caminho a ser explorado. Já temos clubes europeus, por exemplo, comercializando os direitos de exploração comercial para os LEDs de seus estádios com geolocalização. A Absolut, por exemplo, tem os direitos de comercializar os LEDs de campo de Real Madrid, Milan e outros gigantes globais para o mercado brasileiro. Como falei, o futebol brasileiro teve grandes avanços, mas ainda é necessária a criação de um envelopamento dos serviços, promover ativações e consolidar essas prioridades, para que isso se transforme num negócio rentável e traga engajamento para as partes envolvidas", afirma Fernando Paz, diretor comercial da Absolut Sport no Brasil e especialista em negócios no esporte.

"Desde o início da década de 90, nossa confederação trabalhou para que o futebol brasileiro, como produto, fosse consumido quase que exclusivamente através da Seleção Brasileira, e nossos clubes, pelo caráter associativo e amador de suas gestões, nunca se mobilizaram para suas marcas fossem reconhecidas nos principais mercados do mundo. Hoje, no Brasil, que é um país de renda per capta insignificante se comparada com a das principais economias do mundo, temos acesso a transmissões de jogos de dezenas de ligas estrangeiras, inclusive de várias insignificantes esportivamente, mas a nossa não é disponível para grande parte dos consumidores mais ricos do futebol e qualquer esforço para que nossos clubes sejam exibidos, pelo maior número de vezes possível, e válido, e ouvi dizer que no curto prazo, vale até abdicar de receitas para que tenhamos jogos de nossos clubes e suas marcas exibidos por mais vezes, em prol de ganhos de longo prazo", afirma Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil. A empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, se tornou acionista majoritária e controladora da TFM Agency, companhia com mais de vinte anos de experiência no futebol mundial e que gerencia as carreiras de Vini Jr, Lucas Paquetá, Endrick e Gabriel Martinelli.

"O Campeonato Brasileiro é um dos mais disputados do mundo, e a transmissão das partidas em países de ligas importantes como a Espanha e a França é importante para o produto internacionalmente. Vale ressaltar que precisamos evoluir dentro e fora do campo para um dia, quem sabe, estarmos no mesmo nível das principais ligas européias. Tornar-se uma liga é passo fundamental nesse processo", analisa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

"Estamos atrasados há mais de 50 anos. Imaginem o quanto sofremos com essa questão, perdendo bilhões de reais em receita para os clubes, valorização do nosso futebol e visibilidade dos nossos atletas. É só olhar para o que fizeram os clubes ingleses nas últimas cinco décadas. Somente nesses últimos anos conseguimos algo tão simples, que é transmitir os jogos para outros países, e isso é o principal para a internacionalização da marca", observa Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

“O esforço de internacionalização dos clubes europeus começou há mais de 2 décadas e ampliou-se desde então. Como brasileiros, notamos o aumento da oferta de futebol internacional nos diversos canais esportivos, agora o futebol brasileiro começa fazer o movimento contrário e busca se consolidar como referência internacional também no futebol de clubes e não somente de seleções”, complementa Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

“Como negócio, a internacionalização da transmissão do futebol brasileiro passa por alguns pilares. Ela dá oportunidade de o torcedor brasileiro, que mora fora do país, continuar acompanhando seu time do coração; permite que os principais ativos dos clubes, atletas e camisa, sejam conhecidos mundialmente e, assim, se valorizem. E, com a consolidação dessas transmissões internacionais, enxergo também a possibilidade de uma melhoria nas vendas futuras desses direitos. É um passo importante para o futebol brasileiro como negócio e como marca”, explica Bernardo Caixeta, gerente de marketing e relações esportivas da Penalty, marca nacional que atua no mercado esportivo desde 1970.

"Acho muito bom que isso aconteça, pois fortalece as marcas dos clubes brasileiros no exterior. O futebol brasileiro é o mais conhecido no mundo, temos nossas cinco estrelas, mas ele é conhecido pela Seleção e pelos seus craques. As marcas dos clubes brasileiros não são tão conhecidas pelo simples fato do nosso campeonato não passar em diversos países do mundo, e a partir do momento que se começa a ter esse movimento de passarem jogos do Brasil em outras praças, em outros países, isso só faz crescer o futebol brasileiro como um todo", argumenta o presidente Marcelo Paz, do Fortaleza.

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