Copa do Mundo Feminina de 2023 pode ser a última desigual na premiação entre homens e mulheres
Anúncio foi realizado pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, e transmite a evolução do futebol feminino em âmbito mundial
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 13 de julho de 2023 às 15h01.
Última atualização em 13 de julho de 2023 às 15h12.
A Copa do Mundo Feminina de 2023 caminha para se tornar a maior de todas as edições. Pela primeira vez, o campeonato, que será sediado na Austrália e na Nova Zelândia, com início no próximo dia 20 de julho, terá 32 seleções na disputa do título principal.Além disso, serão distribuídos US$ 150 milhões (R$792 milhões) entre as equipes, valor três vezes maior que o torneio de 2019 e dez vezes maior que o de 2015.
Mesmo diante de uma forte valorização e crescimento mundial, a premiação da Copa feminina é marcada pela diferença entre os elencos masculinos, visto que receberam US$ 440 milhões na última edição, no Qatar. Contudo, felizmente, este cenário está próximo de ser mudado de acordo com o presidente da Fifa, Gianni Infantino.
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Salário de atletas femininas e masculinos será atualizado
Neste ano, Gianni informou em uma coletiva de imprensa que a Fifa possui o plano de igualar o valor pago para mulheres e homens nas próximas Copas do Mundo. A seguinte, masculina, acontece em 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá. A feminina, por sua vez, será em 2027 e terá o local definido em maio de 2024 pelas 211 associações de futebol que formam a Fifa.
Para Fábio Wolff, membro do comitê organizador do Brasil Ladies Cup e especialista em marketing esportivo, “ao igualar a premiação do feminino em relação ao masculino, a Fifa se posiciona de forma assertiva e passa o recado ao mercado de que as empresas devem olhar com tanta atenção às atletas mulheres quanto fazem com os homens. O futebol feminino cresce de forma acelerada, mas, ainda, existe uma quebra de continuidade enorme no que diz respeito às receitas geradas para ambos”.
"Por mais que a parte esportiva prevaleça, sabemos que a premiação tem grande importância perante às atletas e isso vale para todos os esportes, de todos os gêneros. No caso do futebol feminino, ao verem que estão sendo reconhecidas e valorizadas, as jogadoras com certeza se sentirão ainda mais motivadas para fazer o que amam”, complementa Rogério Neves, CEO da Motbot, plataforma que atua com crowdfunding esportivo.
Futebol feminino brasileiro
No Brasil, a notícia foi muito bem aceita por parte dos clubes de futebol, que ressaltam como as políticas afirmativas são essenciais para o reconhecimento da igualdade de gênero.
“Recebemos a valorização do futebol feminino em domínio internacional com muita alegria e esperança de que a modalidade crescerá como produto e receberá os mesmo incentivos, também, em âmbito nacional”, comenta Leonardo Menezes, gerente-geral de futebol feminino do Sport Club Internacional.
Por outro lado, este elenco da seleção brasileira feminina ficou conhecido como a volta das veteranas, fazendo com que tenha a maior média de idade em Copas do Mundo. Mesmo com 11 atletas estreantes, oito jogadoras possuem 30 anos ou mais.
“É evidente que atitudes como essa, da Fifa, que vêm do macro para o micro, são essenciais. Porém, para que uma mudança real aconteça em todos os níveis, também são necessárias iniciativas no micro. E é isso que fazemos ao apoiar as peneiras de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol e patrocinar o projeto social ‘Em Busca de Uma Estrela’, que atendeu mais de 120 jovens atletas, proporcionando a elas a chance de construírem uma carreira no esporte em clubes do estado de São Paulo”, pondera Bernardo Caixeta, gerente de Marketing e Relações Esportivas da Penalty.
A estreia do Brasil na Copa do Mundo Feminina de 2023 será no dia 24 de julho, contra o Panamá, às 08h (Horário de Brasília).