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Com transmissão no exterior, Brasileirão 2023 deve alcançar 650 milhões de pessoas

Nesta edição, a competição será exibida para mais de 100 países e mais de 10 idiomas

Brasileirão Série A (Gabriel Machado/NurPhoto/Getty Images)

Brasileirão Série A (Gabriel Machado/NurPhoto/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 17 de abril de 2023 às 17h44.

Última atualização em 17 de abril de 2023 às 17h44.

O Campeonato Brasileiro de 2023 começou no último final de semana com transmissão no Brasil e em vários partes do mundo.

Presente nos Estados Unidos, na Europa, no Oriente Médio e em vários locais de grande força esportiva, a competição poderá ser acompanhada em mais de uma centena de países.

Por meio do Brasileirão Play, aplicativo oficial do torneio, o campeonato organizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi visto em 150 nações em 2022. Com as vendas dos direitos de transmissão para países estrangeiros e o lançamento do aplicativo, estima-se que cerca de 650 milhões de pessoas tenham acesso aos confrontos da competição.

Para Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, o aumento do alcance do Brasileirão fora do país é algo positivo: “A transmissão dos jogos em outras pátrias beneficia os clubes e também os patrocinadores, por conta do crescimento da visibilidade. Essa evolução permite que haja uma exploração de ativos em outros locais e devemos nos atentar a essas questões, uma vez que podem gerar expressivos retornos para o clube”.

Brasileirão segue em grande ascensão

No mesmo sentido, Tiago Pinheiro, diretor de marketing do Goiás, valoriza a internacionalização do campeonato: “Vejo com bons olhos o fato de que a principal competição do país esteja batendo recordes de alcance nos últimos anos. Acredito que essa maior exposição do futebol brasileiro seja positiva para todos os envolvidos, como nós, clubes, nossos patrocinadores e os atletas. Com um produto forte e consolidado, todas as partes saem ganhando”.

Algumas empresas que realizam transmissões esportivas para o público brasileiro são responsáveis pela reprodução do Brasileirão no exterior. Nas temporadas anteriores, por exemplo, a Paramount+ exibiu os 380 duelos do torneio para os Estados Unidos. Além disso, o One Football também garantiu os direitos de transmissão do campeonato.

“O Campeonato Brasileiro tem obtido grande evolução em relação a nível técnico e organização. Acredito que essa valorização internacional do torneio é algo muito relevante, pois o processo de venda dos direitos para o exterior tem o potencial de gerar novas e importantes receitas para os clubes do país”, diz, Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá.

Valorização para os países estrangeiros

Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, comenta sobre a importância de levar o produto mais valioso do futebol nacional para os países estrangeiros. O mandatário do tricolor também explica que o Brasileirão não é tão conhecido lá fora e que há uma sensação enganosa do público brasileiro.

“No exterior, a Seleção Brasileira é conhecida, assim como a camisa amarela e nossos craques, exemplo do Neymar. Porém, as marcas do esporte nacional não são reconhecidas internacionalmente, se comparado, por exemplo, com Real Madrid, Barcelona, entre outros. Com a transmissão do Campeonato Brasileiro para outras nações, o planeta começa a conhecer o Fortaleza e os outros times da competição, o que cria um novo mercado para os clubes, com produtos oficiais, camisas, redes sociais, entre outros itens”, conclui Paz.

Até 2019, apenas alguns jogos do certame eram vendidos para fora do país. Porém, de lá para cá, a comercialização disparou. Em 2020, o número saltou para 90 pátrias. Em 2021, pouco mais de 130 países puderam acompanhar os duelos do Brasileirão. Em 2022, o recorde de 150 nações assistindo ao futebol nacional foi alcançado.

“Caso a exibição do Campeonato Brasileiro no exterior seja bem distribuída, deve haver um aumento do interesse de empresas internacionais pelo torneio. A competição ter pouca visibilidade em outras partes do mundo era um problema a ser enfrentado. Acredito que com o aumento da exposição, haja uma demanda de companhias internacionais interessadas”, afirma Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, agência de marketing esportivo especializada em captação de patrocínios.

Planejamento para o Brasileirão

Bruno Maia, especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e CEO da Feel The Match, reconhece a importância do crescimento da exposição do Brasileirão, mas alerta para a necessidade da construção de um planejamento para o campeonato, que apresente estabilidade e transparência.

“Não é apenas a transmissão em uma grande rede de alcance que vai transformar o produto brasileiro em algo interessante para o público do exterior. Isso é somente o pontapé inicial de um projeto, que leva tempo e depende de estabilidade, clareza e qualidade do produto. O principal esporte do país precisa muito disso tudo, ainda que o modelo apresentado esteja sendo bem entendido e consagrado”, finaliza Maia.

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