Alison dos Santos: atleta é medalhista olímpico, campeão mundial e pan-americano (David Ramos/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 23 de agosto de 2023 às 18h20.
Depois de uma decisão história dos 400m com barreiras nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, com os tempos mais baixos da história, era de se esperar uma prova de tirar o fôlego no Mundial de Budapeste, nesta quarta-feira, 23.
Isso porque os medalhistas no Japão estariam lado a lado novamente: o campeão norueguês Karsten Warholm (o primeiro a correr abaixo dos 46 segundos, 45s94), além dos medalhistas de prata e de bronze, o americano Rai Benjamin e o brasileiro Alison dos Santos, o Piu (46s17 e 46s72, todos com quebra de recorde mundial). E Piu, ouro em Oregon-2022 e que defendia o título mundial, ficou em quinto com 48s10. Ele bateu na oitava barreira, se desequilibrou e não conseguiu seguir forte na prova (a falta também ocorreu na última barreira).
O vencedor foi Warholm, que desde o início fez uma prova muito forte, com 46s89, seguido por Kyron McMaster, das Ilhas Virgens Britânicas, com 47s34 e por Benjamin, com 47s56. Nos metros finais, Piu foi ultrapassado pelo jamaicano Roshawn Clarke, recordista mundial júnior, que terminou em quarto (48s07).
— Tenho de estudar ainda a prova, estava preocupado com a falta de ritmo mas entreguei o máximo que pude na pista. Estou feliz e grato por ter competido. Ano que vem tem Paris — disse Piu para o canal Sportv.
Ele largou na raia nove, posição difícil (não vê os outros atletas). Havia feito apenas o quinto tempo das semifinais, segurando visivelmente na chegada: 47s38. Warholm passou com 47s09 e Benjamin, com 47s24.
Neste ano, Warholm, campeão olímpico e recordista mundial, havia feito 46s51 como melhor resultado. Benjamin, prata em Tóquio e em Oregon, correu este ano em 46s62 nas seletivas para o Mundial dos Estados Unidos. E Piu, 47s38, deste Mundial -- a melhor marca de Piu nos 400 m com barreiras é 46s29, feita em 17/7/2022, em Eugene, recorde brasileiro e sul-americano feito na conquista do ouro no Mundial.
Piu teve um ano difícil. Ele sofreu uma lesão no menisco lateral do joelho direito, após um treino, em fevereiro, em São Paulo, e teve de operar. Ele se preparou para retornar às pistas isolado no Centro Olímpico dos Estados Unidos, em Chula Vista, na Califórnia.
Piu havia disputado apenas duas provas (apenas uma dos 400m com barreiras) recentemente e provou que estava completamente recuperado.
Na Silésia, Polônia, ficou em terceiro lugar nos 400 m rasos (44s73). Em Mônaco, foi vice-campeão dos 400 m com barreiras (47s66), confirmando índices para o Mundial e Paris-2024 nas duas provas, em competições válidas pela Liga Diamante.
Em agosto de 2022, Piu havia contado ao Globo que para esta atual temporada, tinha planos de morar e treinar nos Estados Unidos, além de bater o recorde mundial de sua prova (hoje do norueguês Karsten Warholm, de 45s94). Tinha expectativa de ótimos tempos novamente neste Mundial. Mas, seu meta principal é o pódio nos Jogos de Paris-2024.
Após faturar o ouro da Liga Diamante de 2022, de forma invicta, Piu teve férias e voltou aos treinos em setembro daquele ano. Ele não disputou competições indoor de 2023 e se mudaria para os Estados Unidos em março. Um mês antes, com a contusão, teve de refazer os planos.
Ainda na pista de Budapeste, Alison disse que espera que 2024 seja um ano com mais competições para chegar nos Jogos Olímpicos em condições de brigar pelo lugar mais alto do pódio.