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Americana terá que ‘devolver’ medalha para romena, mas EUA promete recorrer

Decisão do CAS mantém retirada da medalha de bronze de Chiles nas Olimpíadas de Paris; USA Gymnastics busca alternativas legais

Jordan Chiles está afastada das redes sociais depois da mudança do resultado da final do solo. (Miguel Gutiérrez/EFE)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 13 de agosto de 2024 às 07h44.

A Corte Arbitral do Esporte (CAS) rejeitou nesta segunda-feira, 12, o pedido da USA Gymnastics para reconsiderar a decisão que resultou na revogação da medalha de bronze da ginasta Jordan Chiles na Olimpíada de Paris. A decisão do tribunal esportivo representa uma derrota significativa para a federação norte-americana, que buscava reverter a decisão que alterou o pódio quase uma semana após a final de solo, segundo o The Washington Post.

Jordan Chiles, que havia celebrado sua medalha de bronze no pódio, foi informada de que precisaria devolver a medalha, após o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidir, com base na decisão do CAS, que a ginasta romena Ana Barbosu receberia o terceiro lugar. A USA Gymnastics apresentou, no domingo, um vídeo ao CAS que, segundo a organização, provaria que Chiles merecia a terceira posição. No entanto, o tribunal afirmou que, segundo suas regras, o caso não seria reaberto.

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A polêmica gira em torno de uma mudança de pontuação que elevou Chiles do quinto para o terceiro lugar. Após a apresentação da última ginasta, a treinadora Cecile Landi entrou com uma contestação sobre a pontuação de dificuldade atribuída à atleta. Os juízes reavaliaram a rotina e ajustaram a nota de Chiles, adicionando 0,1 ponto, o que a colocou à frente de Barbosu na disputa pelo bronze. No entanto, a federação romena recorreu ao CAS, que decidiu que a contestação foi feita após o prazo regulamentar de um minuto, invalidando a revisão.

Com a decisão do CAS, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) atualizou os resultados, e o COI confirmou a redistribuição da medalha, que agora será entregue a Barbosu. A USA Gymnastics, por sua vez, declarou que continuará buscando outras vias legais para tentar restaurar a medalha de Chiles.

Impacto da revisão

Na final de solo, Rebeca Andrade conquistou a medalha de ouro com uma nota de 14.166, enquanto a norte-americana Simone Biles ficou com a prata, com 14.133 pontos, apesar de ter cometido algumas falhas durante sua apresentação. Jordan Chiles, última a se apresentar, inicialmente recebeu uma nota de 13.666, o que indicava que terminaria em quinto lugar

As romenas Ana Barbosu e Sabrina Maneca-Voinea marcaram 13.700 pontos cada, mas Barbosu ficou com o terceiro lugar devido ao critério de desempate, que favorece a ginasta com a melhor nota de execução. No entanto, após a contestação da treinadora de Chiles, a nota da norte-americana foi revisada para 13.766, o que lhe garantiu a medalha de bronze, superando Barbosu.

Processo de contestação

As regras da ginástica permitem que treinadores solicitem revisões da pontuação de dificuldade, caso acreditem que os juízes cometeram erros ao avaliar os elementos da rotina. No entanto, a solicitação deve ser feita verbalmente antes que a nota da próxima ginasta seja divulgada, ou, no caso de Chiles, dentro de um minuto após a publicação de sua nota, uma vez que ela foi a última a se apresentar.

A federação romena argumentou que a contestação de Landi foi feita 1 minuto e 4 segundos após a publicação da nota de Chiles, o que ultrapassaria o prazo regulamentar. O CAS aceitou esse argumento e determinou que a revisão não deveria ter sido considerada, revertendo a pontuação de Chiles para o valor original de 13.666.

A USA Gymnastics alegou possuir um vídeo que mostra Landi solicitando a revisão dentro do prazo, mas o CAS decidiu não aceitar novas provas e manter sua decisão.

A federação americana informou que continuará buscando alternativas legais, incluindo um apelo ao Tribunal Federal Suíço.A federação e o Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA (USOPC) reafirmaram seu apoio a Chiles, insistindo que a ginasta merecia a medalha de bronze.

Jordan Chiles optou por se afastar das redes sociais após a decisão do CAS, citando a necessidade de cuidar de sua saúde mental. A federação condenou os ataques direcionados à atleta nas plataformas digitais, que aumentaram após o início da controvérsia.

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