ESG

Votorantim Cimentos tem meta de redução de emissões de CO2 aprovada pelo SBTi

A meta da Votorantim Cimentos baseada na ciência é uma redução de 24,8% para 2030 em relação ao ano-base de 2018; entenda os pilares estratégicos para alcançar o resultado proposto

Funcionário da Votorantim Cimentos (Votorantim Cimentos/Divulgação)

Funcionário da Votorantim Cimentos (Votorantim Cimentos/Divulgação)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 09h42.

Última atualização em 1 de dezembro de 2022 às 09h52.

A Votorantim Cimentos acaba de ter a meta de redução de emissões de CO2 no escopo 1 (emissões diretas) aprovada pelo o SBTi (Science Based Target initiative, ou "metas baseadas na ciência", numa tradução livre) com 475 kg de CO2 por tonelada de cimento até 2030. Isto é, uma redução de 24,8% em relação ao ano-base de 2018.

O SBTi é uma iniciativa que mobiliza o setor privado e instituições financeiras a liderar ações que ajudem a combater os efeitos das mudanças climáticas. A organização é resultado de uma parceria de diversas instituições que avaliam e validam metas de redução de emissões com base na ciência propostas por empresas que buscam esse alinhamento com metas mais ambiciosas.

"Redefinimos as nossas metas de redução de emissões de CO2 para nivelá-las à ambição do Acordo de Paris que visa conter o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius dos níveis pré-industriais e também buscar esforços para limitar o aumento da temperatura até 1,5 °C", diz Alvaro Lorenz, diretor global de sustentabilidade, relações institucionais, desenvolvimento de produto e engenharia da Votorantim Cimentos.

De acordo com o executivo, a aprovação envolveu diversas áreas da empresa por cerca de um ano. "Realizamos um estudo interno para revisar as metas de emissão anunciadas em novembro de 2020 em nossos Compromissos de Sustentabilidade para 2030, e conseguimos nivelá-las à ambição do Acordo de Paris". 

Para ele, o combate aos efeitos negativos das mudanças climáticas está no centro da estratégia e representa competitividade e legado positivo. "As indústrias mais competitivas serão aquelas com menores emissões de gases de efeito estufa. Afinal, a crise ambiental é também uma crise econômica e social. A validação da nova meta pelo SBTi reforça o nosso comprometimento e esforços contínuos em relação à agenda net-zero”, afirma.

Com a aprovação, a companhia segue a agenda de descarbonização pautada em quatro pilares:

  • Coprocessamento: substituição do combustível fóssil nos fornos de produção do cimento por outros materiais, especialmente biomassas e resíduos. O coprocessamento é uma solução ambientalmente segura para gerenciamento de resíduos sólidos, uma tecnologia utilizada em diversos países do mundo e que garante a destinação e a eliminação adequadas para diferentes tipos de resíduos.
  • Uso de cimentícios: o clínquer, material nobre obtido pela calcinação do calcário e outras matérias-primas a altas temperaturas, é o principal responsável pela emissão de CO2 no processo produtivo de cimento. É possível promover a economia circular e reduzir a pegada ambiental do cimento por meio da substituição do clínquer por subprodutos vindos de outras indústrias, como as escórias siderúrgicas e as cinzas das termoelétricas, além de outros materiais cimentícios, como argila calcinada, pozolanas naturais e outros materiais.
  • Eficiência energética e uso de fontes renováveis de energia: a Votorantim Cimentos possui hidrelétricas próprias e tem feito grandes investimentos em energia solar e eólica.
  • Desenvolvimento de tecnologias: uso de processos inovadores, novos materiais, desmaterialização da cadeia de valor, parcerias com diversas entidades e academia para, cada vez mais, otimizar os recursos e reduzir a intensidade do carbono.

Entre 1990 e 2021, a Votorantim Cimentos reduziu as emissões de CO2 por tonelada de cimento produzido em mais de 20%. Em relação aos escopos 2 e 3, segundo Lorenz, há hidrelétricas próprias para gerar energia para fábricas e investimentos em energia solar e eólica.

"Nossa meta de escopo 2 é reduzir 52,4% de emissões de CO2 por tonelada de cimento. Temos trabalhado intensamente no sentido de descarbonizar toda a cadeia de valor, explorando parcerias [tanto no Brasil quanto no exterior] e valorizando a economia circular, além de deixar um legado positivo à sociedade como um todo".

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