Volume de biodiesel aumenta quase 20% e atinge recorde em 2023
Segundo a ANP, as distribuidoras receberam 7,34 bilhões de litros; percentual maior do combustível adicionado ao diesel fóssil pesou no crescimento
Jornalista
Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 15h29.
Última atualização em 30 de janeiro de 2024 às 15h53.
Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ( ANP ) apontam que 7,34 bilhões de litros de biodiesel foram entregues pelas empresas às distribuidoras em 2023. O volume é recorde e representa aumento de cerca de 20% em relação a 2022 e 7,7% acima do número de 2021, quando foi registrado o melhor desempenho histórico.
A performance tem relação com o aumento da mistura no diesel fóssil, de 10% para 12% (B12), anunciada pelo Conselho Nacional de Política Energética ( CNPE ) no início do ano passado. Em meados de dezembro, o conselho decidiu antecipar o cronograma e aumentar o teor de adição de 12% para 14% a partir de março. Com a medida, a previsão é chegar a 15%, teto previsto na legislação atual, em março de 2025.
Na mesma reunião, o colegiado do CNPE decidiu pela suspensão da autorização para importação de biodiesel, que passaria a valer a partir do início de 2024, conforme regulamentação aprovada em novembro passado pela ANP.
Fôlego para avançar
O biodiesel misturado ao diesel contribui para a redução das emissões de CO2 . Francisco Turra, presidente do conselho de administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil ( Aprobio ), analisou o resultado de 2023. “A economia verde cresceu, com mais empregos e até o preço na bomba se comportou de forma estável ao longo do ano e não houve nenhum problema de desempenho que os inimigos da sustentabilidade e da descarbonização teimaram em rogar”, disse.
Para Julio Cesar Minelli, diretor superintendente da Aprobio, o setor está preparado para fornecer biocombustíveis mesmo que o percentual no diesel chegue a pelo menos 20% ( B20 ).
“Estamos prontos para avançar, beneficiando no curto prazo os grandes centros urbanos sem mudança em motores e custos em novas infraestruturas de abastecimento”, informou por meio de nota.