ESG

Apoio:

logo_suvinil_500x252
Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
logo_engie_500X252

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Vai visitar o deserto do Saara? Prepare o guarda-chuva para um fenômeno climático raro

Um dos lugares mais secos da Terra deve experimentar volume de chuvas superior a 500% em relação ao registrado nos meses de agosto e setembro

Projeção: no deserto do Saara, muitas regiões terão alguns anos de chuva em alguns dias (Getty Images)

Projeção: no deserto do Saara, muitas regiões terão alguns anos de chuva em alguns dias (Getty Images)

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 16h56.

Um fenômeno climático raro, com um evento de chuva inesperado chegará ao deserto do Saara. Conhecido como um dos lugares mais secos da Terra, já que recebe pouca ou nenhuma precipitação anual, o Saara receberá um volume de chuvas que em outras regiões seria considerado normal.

No entanto, a previsão é que grande parte da região receba nas próximas semanas acima de 500% da precipitação média mensal para os meses de agosto e setembro nas chamadas bordas da região. Já as regiões centrais poderão receber mais de 1.000% da precipitação normal nos próximos dias e semanas. O evento incomum está sendo aguardado pelos meteorologistas de diferentes partes do mundo.

Como explica o portal especializado Severe Weather, não é comum que o deserto do Saara enfrente esses eventos de chuva. Muito raros, eles acontecem menos de uma vez por década em média (gráfico abaixo), "mas geralmente são um sinal de que algo talvez esteja mudando no sistema climático da Terra, indicando um estado incomum da atmosfera".

O evento excepcional é mais uma confirmação da instabilidade do sistema climático global e a necessidade de monitoramento permanente e de muita pesquisa para aumentar a assertividade das previsões Para os especialistas, as chuvas no Saara podem indicar perturbações incomuns na atmosfera e uma mudança nos padrões climáticos globais em um período em que o planeta sofre com o agravamento do aquecimento global acelerado - como um dos efeitos, a temperatura mais alta retém maior umidade na atmosfera.

Por dentro do Saara

O Saara é considerado o maior e mais quente deserto do mundo e se estende do Oceano Atlântico a oeste até o Mar Vermelho a leste, abrangendo mais de 9,2 milhões de quilômetros quadrados (3,6 milhões de milhas quadradas).

Segundo o Severe Weather, a região é quente e seca porque está sob a crista subtropical, um sistema permanente de alta pressão. Esta crista faz com que o ar desça, tornando a atmosfera seca e estável e impedindo a formação de nuvens e precipitação.

gráfico da Severe Weather para precipitação sobre o Saara, cobrindo o mês de agosto, mostra anomalias de precipitação para cada agosto nos últimos 53 anos, com apenas 4 anos com anomalia forte e mais precipitação. Com quatro eventos nas últimas cinco décadas, dá menos de um evento desse tipo por década.

Chuva pontual: gráfico da Severe Weather para precipitação sobre o Saara nos últimos 53 anos, cobrindo agosto, mostra anomalias fortes e mais precipitação em apenas quatro anos (Portal Severe Weather/Reprodução)

No entanto, alguns milhares de anos atrás (6000-11000), o Saara era uma região verde com lagos, rios e vegetação exuberante. "Mas mudanças na órbita da Terra causaram mudanças nos padrões climáticos do mundo. Isso transformou abruptamente a região verde em algumas das terras mais secas da Terra", aponta o Severe Weather.

Mais da metade do deserto do Saara recebe menos de 25 mm de chuva por ano. As quantidades de chuva projetadas pelo Severe Weather podem não parecer altas, mas quando se considera a quantidade anual total, muitas regiões terão alguns anos de chuva em alguns dias.

Acompanhe tudo sobre:Mudanças climáticasChuvasExame na Assembleia GeralMeteorologia

Mais de ESG

Acordo prepara Austrália para receber refugiados climáticos de Tuvalu

Reserva mundial da biosfera ou transição energética? Oásis polariza ambientalistas e mineradoras

Até agora, incêndios no Pantanal já consumiram mais de 15% do bioma

Do Rio Negro ao Tapajós, empreendedores apostam no turismo para preservar a Amazônia

Mais na Exame