ESG

UE anuncia acordo de "imposto sobre o carbono" para importações industriais

Mecanismo consistirá na aplicação dos mesmos critérios ambientais da UE, onde as indústrias compram seus "direitos para poluir"

Estudo aponta necessidade de avanço no mercado de carbono, um dos principais temas da COP26 (Qilai Shen/Bloomberg)

Estudo aponta necessidade de avanço no mercado de carbono, um dos principais temas da COP26 (Qilai Shen/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 13 de dezembro de 2022 às 07h15.

Os Estados membros da União Europeia (UE) e o Parlamento Europeu anunciaram nesta terça-feira (13) um mecanismo inédito para obter importações industriais 'verdes' na Europa, com um imposto sobre as emissões de carbono vinculadas a sua produção.

Chamado de "imposto sobre o carbono nas fronteiras", embora não seja exatamente um imposto, o mecanismo sem precedentes nesta escala consistirá na aplicação dos mesmos critérios ambientais da UE, onde as indústrias compram seus "direitos para poluir".

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O sistema afetará as importações dos setores considerados mais poluentes como aço, alumínio, cimento, fertilizantes, energia elétrica ou hidrogênio, indicaram o Conselho Europeu e o Parlamento do bloco em comunicados.

Com o aumento do preço da tonelada de CO2, a ideia é evitar um "dumping ecológico" que leve as indústrias a transferir a produção para fora da Europa e estimular o resto do mundo a adotar as normas europeias.

O dispositivo de "ajuste do carbono nas fronteiras (CBAM na sigla em inglês) será um pilar crucial das políticas climáticas europeias. É um dos únicos mecanismos que temos para estimular nossos sócios comerciais a descarbonizar sua indústria", afirmou o eurodeputado Mohammed Chahim (social-democrata), negociador no Parlamento Europeu.

Na prática, o importador deverá declarar as emissões diretamente vinculadas ao processo de produção e, caso estas superem o limite europeu, comprar um "certificado de emissão" com os preços do CO2 na UE.

Se existir um mercado de carbono no país exportador, a empresa precisará pagar a diferença.

O acordo também estabelece que o mecanismo levará em consideração as emissões "indiretas".

O sistema será aplicado progressivamente a partir de outubro de 2023, quando as empresas importadoras deverão apenas começar a declarar as emissões dos produtos.

A data para a implementação completa dependerá de negociações no final da semana sobre outros aspectos da reforma do mercado de carbono da UE.

A medida que o programa avançar, a UE suprimirá progressivamente as cotas de emissão gratuitas concedidas atualmente às indústrias europeias para enfrentar a concorrência estrangeira.

Os eurodeputados desejam o início do fim das cotas em 2027 e a supressão completa em 2032, enquanto os Estados membros propõe um abandono gradual entre 2026 e 2035.

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