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Campeonato de Free Fire entre favelas tem premiação de R$ 100 mil

A Taça das Favelas Free Fire foi idealizada pela Central Única das Favelas e está na segunda edição. Previsão é de 200 mil inscritos

Campeões estaduais da Taça das Favelas Free Fire: campeonato distribuirá 100 mil reais em premiações (Cufa/Divulgação)
RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 23 de setembro de 2021 às 18h19.

Última atualização em 23 de setembro de 2021 às 18h26.

A Central Única das Favelas (Cufa), organização social que atua em cerca de 5 mil favelas no país, lança nesta quinta-feira, 23, a segunda edição da Taça das Favelas Free Fire. O torneio de videogame, baseado no popular jogo para celulares Free Fire , irá distribuir 100 mil reais em prêmios. A expectativa é ter mais de 200 mil jogadores inscritos, todos moradores de favelas.

Este ano, o campeonato passa a ter o apoio do banco Itaú, que distribuirá chips de conexão de internet para as equipes que avançarem para as etapas estaduais. O banco também lançará a campanha #IssoMudaoGame, que visa aproximar a instituição financeira do universo gamer. “Queremos nos conectar cada vez mais com as novas gerações, daí a aproximação com a comunidade dos gamers”, afirma Eduardo Tracanella, diretor de marketing institucional da empresa.

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Segundo uma pesquisa feita pelo instituto DataFavela, com 1180 pessoas, um em cada três jovens moradores de favela tem como maior sonho ser jogador profissional de videogame, e 96% afirmam que gostariam de seguir a profissão. Apenas 4% deles, no entanto, tiram renda fixa dos games.

O celular é, de longe, a principal forma de acesso aos games: 98%. A maioria (79%) já deixou de jogar por estar sem crédito ou por problemas de conexão. Eles também enxergam a Taça das Favelas Free Fire como uma oportunidade profissional, 94% dizem que o torneio mostra que os eSports são uma oportunidade de trabalho.

"A Taça das Favelas foi um enorme sucesso na sua primeira edição de Free Fire. Agora temos novos parceiros, que nos ajudarão a fazer um campeonato ainda melhor", projetou Marcus Vinícius Athayde, idealizador e diretor da Taça das Favelas Free Fire.

Inspiração no campo

O campeonato surgiu durante a pandemia, que inviabilizou a organização da Taça das Favelas de futebol, que é realizada há oito anos. Na sua última edição, em 2019, o jogo final reuniu 40 mil pessoas no estádio do Pacaembu, em São Paulo.

Com os campos fechados, a saída foi organizar um campeonato de videogame. No ano passado, o torneio reuniu mais de 1 mil times, de 12 estados. A equipe vencedora foi a Divineia, do Paraná, que levou o prêmio de 15 mil reais. Ao todo, foram distribuídos 30 mil reais em premiações.

As inscrições estão abertas no site oficial do evento. A competição segue um formato estadual, sendo que as favelas vencedoras avançam para a etapa nacional, com 36 equipes. Os segundos colocados terão nova chance em uma repescagem. A final está marcada para o dia 4 de dezembro. Além do prêmio em dinheiro, o campeão participará de uma bootcamp com a equipe Loud, atual vice-campeã mundial de Free Fire.

Game mais baixado do mundo

Com mais de 100 milhões de jogadores ativos três anos após o seu lançamento, o jogo tem seu amplo potencial de disseminação ligado ao fato de que funciona em smartphones de qualquer tipo – o que lhe rendeu o título de game mais baixado para dispositivos mobile em 2020.

Com isso, jovens de diferentes origens têm acesso ao jogo – e alguns fazem desse lazer uma profissão. Dentro desse universo, há duas formas de fazer carreira: uma, jogando em times profissionais e competindo; outra, transmitindo as partidas disputadas ao vivo (formato popularmente conhecido como “stream”).

De acordo com informações apuradas pela EXAME, o salário médio de streamers de sucesso pode chegar a 50 mil reais. Já os atletas profissionais ganham entre 4 mil e 12 mil reais para competir em equipes.

 

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