Exame Logo

Setores da saúde e moda ganham diretrizes para unir justiça climática na estratégia empresarial

Publicações do Pacto Global - Rede Brasil apresentam soluções para reduzir emissões e proteger populações vulneráveis em duas indústrias de impacto global: saúde e moda

A partir de estudo, Pacto Global da ONU - Rede Brasil quer melhorar práticas ESG dos setores (Volodymyr Zakharov/Getty Images)
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 17h00.

Dois novos estudos foram lançados com foco em como a crise climática impacta diretamente o setor de saúde e a indústria da moda e têxtil , propondo que as empresas incluam práticas de justiça climática em suas estratégias.

As publicações, desenvolvidas pelo Pacto Global da ONU - Rede Brasil em colaboração com a Latin American Climate Lawyers Initiative for Mobilizing Action (LACLIMA), detalham ações que podem ser incorporadas pelas empresas para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e promover maior resiliência frente aos efeitos do clima.

Veja também

Segundo os estudos, a indústria damoda é responsável poraproximadamente 8% a 10% das emissões globais de carbono, superando as emissões conjuntas da aviação e transporte marítimo. O relatório reforça que, para enfrentar a crise climática, empresas do setor devem implementar práticas de sustentabilidade e garantir condições de trabalho dignas ao longo da cadeia de produção, promovendo a inclusão e apoio às populações mais vulneráveis.

No setor de saúde, a mudança do clima já afeta diretamente a qualidade de vida, aumentando a incidência de doenças cardiorrespiratórias e alérgicas, e sobrecarregando sistemas hospitalares. A publicação destaca a importância de criar sistemas de saúde mais resilientes, capazes de suportareventos climáticos extremos -- como ondas de calor e inundações, que impactam especialmente comunidades mais vulneráveis.

Redução de impactos ambientais na moda

O caderno dedicado à indústria da moda foi desenvolvido em parceria com empresas líderes e traz um panorama de como o setor pode contribuir para a redução de emissões e adaptação climática . Algumas das práticas recomendadas incluem o incentivo à economia circular com reaproveitamento de materiais e a implementação de tecnologias que reduzem o uso de água. De acordo com o estudo, é urgente que a indústria desenvolva políticas voltadas paragrupos minoritários, promovendo a formalização de empregos e o avanço de lideranças femininas.

Para que tais mudanças aconteçam de forma coordenada, o setor ainda enfrenta desafios como aausência de regulamentações adequadas e incentivos governamentais específicos, segundo o relatório.

Adaptação e resiliência na saúde

O caderno sobre saúde propõe que o setor assuma um papel ativo na mitigação de impactos ambientais. Com aproximadamente5% das emissões globais de gases de efeito estufa, as instituições de saúde são instadas a investir em pesquisa e desenvolvimento para encontrar alternativas sustentáveis e adaptar suas operações, como a implementação de infraestruturas preparadas para eventos climáticos extremos. Além disso, o setor é incentivado a transferir conhecimento para regiões com menor acesso a recursos, contribuindo para a redução da vulnerabilidade global.

O estudo destaca que, para enfrentar a crise climática, o setor de saúde deve adotar práticas alinhadas às metas científicas e desenvolver políticas públicas que reforcem a sustentabilidade nas operações diárias, mantendo uma resposta eficiente às demandas de saúde cada vez mais intensas.

As empresas de moda mais engajadas em ESG, segundo pesquisa da FDC

Acompanhe tudo sobre:Pacto Global da ONU no BrasilONUModaSetor têxtilSaúdeSaúde no BrasilMudanças climáticasClimaMeio ambienteCarbonoPegada de carbono

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de ESG

Mais na Exame