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Rússia deve se preparar para perdas com transição energética, diz ministro

Segundo Anton Siluanov, ministro das Finanças do país, o Kremlin precisa se preparar para a queda das receitas, já que a transição para uma energia limpa pode levar a um forte declínio nas exportações de combustíveis fósseis

Energia (Yangphoto/Getty Images)

Energia (Yangphoto/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 8 de julho de 2021 às 15h43.

Última atualização em 8 de julho de 2021 às 15h57.

Por Evgenia Pismennaya e Áine Quinn, da Bloomberg

O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, alertou que o Kremlin precisa se preparar para a queda das receitas depois que um teste de estresse mostrou que a campanha global para uma energia limpa pode levar a um declínio significativo da demanda por exportações de combustíveis fósseis.

A modelagem feita pelo ministério mostrou que a precificação do carbono e a expansão da energia renovável podem causar “mudanças radicais no balanço energético global”, disse Siluanov em entrevista antes de viajar para a cúpula financeira do Grupo dos 20 esta semana em Veneza.

“Uma grande parte de nossas receitas orçamentárias vem da exportação de commodities, então precisamos entender como substituiremos as receitas em queda se essas previsões se mostrarem precisas”, disse Siluanov.

Seus comentários marcam uma mudança na retórica russa sobre o aquecimento global quando a União Europeia se prepara para introduzir um novo imposto sobre o carbono no bloco. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, antes cético, reconheceu neste ano que a mudança climática é causada pela atividade humana.

No entanto, reduzir o apego ao carbono na Rússia não será fácil. O país é o maior exportador de energia do mundo, e a indústria de petróleo e gás deve contribuir com mais de 40% da receita do governo este ano.

O banco central da Rússia estima que um iminente imposto sobre o carbono na UE poderia custar ao país até 8,2 bilhões de euros (US$ 9,7 bilhões) por ano. O Ministério de Energia do país disse que as empresas domésticas de petróleo e gás poderiam perder US$ 4 bilhões por ano com as medidas, que serão implementadas gradualmente a partir de 2023.

Mercados asiáticos

A Rússia continua investindo pesado no setor de energia, como no novo projeto no Ártico da Vostok Oil, controlada pela estatal Rosneft, que terá como alvo os mercados asiáticos. As projeções do governo apontam a produção de petróleo na próxima década perto do recorde alcançado antes da pandemia.

O Ministério das Finanças estuda um pacote de medidas tributárias e tarifárias que devem ajudar a economia e o orçamento da Rússia a se adaptarem “da forma mais indolor possível” às regras mais rígidas da regulamentação do carbono, de acordo com Siluanov.

“A Rússia precisa de um acordo com os europeus para reconhecer nossos esforços na transição para uma economia verde”, disse Siluanov, acrescentando que as medidas da Rússia para reduzir os danos ambientais devem ser consideradas ao determinar as obrigações fiscais transfronteiriças dos exportadores russos.

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